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Arquitetos: rundzwei Architekten
- Área: 320 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Gui Rebelo
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Fabricantes: Alco, Caerus Construction, Schüco, Seeigel GmbH, Stora Enso, Ziro GmbH
Uma base de concreto
Os arquitetos Andreas Reeg e Marc Dufour-Feronce têm um interesse especial na conexão entre seus projetos e o contexto, especialmente em relação ao piso térreo. As paredes externas desta longa piscina são também alinhadas com o material construtivo. A base é feita segundo o que é usual, concreto aplicado em camadas e depois compactado manualmente. Isso resulta em uma superfície texturizada aberta, porosa e com personalidade.
Maximizando a área útil: criando desníveis e introduzindo níveis divididos
Apesar da regulamentação local permitir construções de no máximo 100 metros quadrados, ao abaixar o embasamento e organizar os níveis superiores em multi-níveis, os arquitetos maximizaram a área útil, chegando a 320 metros quadrados. O conceito do projeto, uma construção com duas partes, embasamento e topo, foi mantida também na hora da seleção dos materiais: os níveis mais baixos foram feitos de concreto, e os pisos superiores foram trabalhados em madeira.
Painéis de cortiça na fachada e na cobertura
No térreo há muitos elementos em vidro que trazem luz do dia para dentro da casa. As fachadas superiores, assim como a coberturas, são revestidas com painéis de cortiça, os quais são um subproduto do processo de produção de cortiça para garrafas: os resíduos de cortiça granulada são transformados em painéis de fachada sob pressão e calor. Durante este processo a resina natural da cortiça é liberada, juntando os gomos e criando um material de revestimento leve, durável e sustentável. Este revestimento é naturalmente preparado para o clima, resistente a mofos e fungos, sem a necessidade de algum tipo de aditivo.
A cortiça natural têm uma boa inércia térmica e é também indicada para fachadas monolíticas. A escolha por este material contribuí significativamente para a eficiência energética e para a sustentabilidade desta construção. A cortiça também é um bom isolante acústico, reduzindo o som da chuva na cobertura. A escolha pela cortiça veio da demanda do cliente por uma boa acústica na casa.
Materiais naturais e ventilação natural
Durante o processo de construção os arquitetos se abstiveram do uso de adesivos químicos e espuma de construção. Materiais de isolamento de fibra de madeira e celulose foram utilizados além dos painéis isolantes de cortiça. Materiais absorventes de umidade, como madeira e placas de fibra de gesso com tintas permeáveis, permitem um clima natural na sala. Como resultado, o edifício não precisa de um sistema de ventilação ativo. Através de um sistema de armazenamento de calor estratificado complementado por painéis solares integrados no telhado, o fornecimento de aquecimento é quase autossuficiente, contribuindo para a eficiência do desempenho global do edifício.