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Arquitetos: Sameep Padora & Associates
- Área: 530 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Edmund Sumner
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto de expansão da biblioteca infantil da Sharda School, uma escola na zona rural de Maharashtra, Índia, é um pavilhão geodésico localizado em uma estreita faixa entre dois edifícios existentes e o limite do terreno da escola. Devido a área bastante exígua, não haviam muitas opções além de implantação senão organizar o programa ao longo de uma faixa paralela aos seus lindes. Aludindo ao ímpeto infantil em relação à paisagem, imaginamos que o novo edifício da biblioteca pudesse ser visto como uma extensão formal do ambiente natural do entorno da escola. Sob a cobertura encontra-se o espaço de estudo e introspecção enquanto que sobre ela, desdobra-se um espaço lúdico, onde as crianças podem brincar e explorar. Devido aos limitados recursos educacionais disponíveis na região, precisávamos nos certificar que estávamos construindo um edifício que proporcionasse uma experiência espacial inspiradora, um ímã para atrair a comunidade para o espaço da escola, um lugar onde a população local também pode usufruir depois do horário escolar.
Em nossa primeira visita à escola, ficamos muito entusiasmados como o que vimos, aquelas estruturas geodésicas construídas em meio à natureza. Fomos tomados pelo entusiasmo e nos encorajamos à tentar incorporar aquele conhecimento prévio no novo projeto da biblioteca. Fizemos algumas análises das várias configurações e materiais possíveis, desde conchas de concreto até abóbadas de tijolo para construir a nossa "paisagem arquitetônica". Neste ponto, a eficiência da abóbada de tijolos catalã do século XVI despontou como a nossa favorita em meio a tantas possibilidades, chegamos à obra do uruguaio Eladio Dieste e então, não havia mais dúvidas quanto à técnica que utilizaríamos para construir a expansão da biblioteca. Para desenvolver o projeto da estrutura, utilizamos uma das mais avançadas tecnologias disponíveis, o RhinoVAULT desenvolvido pelo Block Research Group da ETH.
Como a biblioteca fica bem no meio da escola, no encontro das diferentes atividades na rotina diária de um aluno, este pavilhão transformou-se em um perfeito local de encontro, acessado por todos os lado e permeável como uma praça, potencializando o encontro entre alunos e livros a medida que eles se deslocam por este espaço à caminho de suas atividades.
O interior da biblioteca foi projetado segundo diferentes formas de permanência, com um sistema de espaços de estudo periféricos que tornam-se cada vez mais íntimos e reservados à medida que se aproximam do centro do edifício. As esquadrias de piso ao teto são auto-estruturadas e foram projetadas com tamanhos econômicos segundo as dimensões comerciais do vidro.
A tecnologia de construção aplicada à este caso específico, também serviu como um estudo de caso comparativo. O paradigma da arquitetura regional do sul da Ásia geralmente se manifesta dentro de restrições formais de um estilo próprio relacionado as pré-existências. Isso geralmente significa um uso muito inteligente e eficiente de seus materiais.
Nosso esforço para buscar a máxima eficiência desta estrutra de tijolos, alavancou novas redes de conhecimento nas quais estas práticas podem ser transmitidas, permitindo-nos enriquecer o vocabulário regional através das novas tecnologias incorporadas e traduzidas para a linguagem local da construção civil.
Ao incorporar sistemas que vão desde o "Tile Vaulting" catalão até o detalhe de anel de compressão utilizado por Eladio Dieste no Uruguai, tudo isso desenvolvido através de um software criado na Suíça, o projeto da biblioteca é resultado de uma soma de conhecimentos universais, uma verdadeira aula de arquitetura atemporal e histórica.