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Arquitetos: PROARH
- Área: 420 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Damir Fabijanić, Miljenko Bernfest
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Fabricantes: Hansgrohe, AXOR, Bosch, Laufen, Sto, prostoria
Descrição enviada pela equipe de projeto. Issa Megaron é um projeto que nasce do "vazio", da inexistência de um contexto material construído. Não há sinais de ocupação na encosta verde desta pequena cidade da Croácia, além da sinuosa via de acesso que serpenteia em meio ao bosque desabitado. Dado as características que constroem esta paisagem, onde não há nada além da terra, do céu e o mediterrâneo à alcance dos olhos, concebemos esta casa segundo a lógica dos palácios da Grécia antiga ou "megaron", reinterpretando as tradicionais paredes de pedra de forma a criar uma nova topografia habitada e construída pelo homem.
Nossa tarefa era projetar uma casa de final de semana em um local completamente remoto e sem infraestrutura, mas que ao mesmo tempo pudesse satisfazer todas as necessidades diárias de seus habitantes. A inacessibilidade e total desconexão das redes de infraestutura realçam a indispensabilidade da autossuficiência e sustentabilidade do projeto. Isso significa viabilizar a obra em seu conjunto mais amplo, considerando os custos, as necessidades do cliente, os códigos locais e diretrizes urbanas assim como a sua própria formalidade arquitetônica. A casa foi projetada considerando sistemas naturais de resfriamento e ventilação, armazenamento de águas pluviais, painéis solares e outras formas elaboradas para aproveitar ao máximo os recursos naturais disponíveis.
O projeto foi então concebido como um volume escavado na encosta, uma série de espaços por entre paredes e muros, uma espécie de gruta artificial, construído à partir da memória de um abrigo primitivo. A casa é composta por dois pavimentos - quartos / sala de estar no primeiro pavimento e sala de jantar / cozinha / terraços cobertos e descobertas no pavimento térreo, além é claro, do deck da piscina. Todos os elementos construtivos foram executados em concreto aparente. Pedras disponíveis no local foram utilizadas para revestir as fachadas. O design que emerge de tais condições é sutil, uma simbiose entre topografia e memória. A estrutura recém-construída é manufatura humana, mas ainda assim não é invasiva de forma alguma, nem em sua materialidade e tampouco em sua formalidade expressa.