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Arquitetos: CRU! Architects
- Área: 110 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Nelson Kon
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Galeria de Arte está localizada entre a principal fazenda (estilo colonial português) e a oca, um espaço comunitário, construído por uma tribo indígena da Amazônia, onde originalmente várias famílias viviam juntas. Situada entre a casa da fazenda colonial e o espaço comunal indígena, o projeto une estes dois estilos diferentes. Por conta disso, o design do exterior refere ao estilo colonial português, com suas paredes brancas e portas azuis, e o interior mostra um coração/núcleo indígena (sendo a estrutura de bambu). A passagem estreita, os arcos e o pátio no meio referem-se aos antigos mosteiros e por este meio tenta invocar uma sensação divina. Uma pequena fonte situa-se no centro do pátio de onde a água corre de volta para o rio. O nível do chão de um lado estende-se do edifício e parcialmente flutua sobre o rio dando ao visitante a capacidade de olhar para a Galeria de Arte à distância. A galeria é totalmente baseada na proporção áurea – a largura e a altura das diferentes partes correspondem às regras definidas pelos arquitetos gregos e romanos como Vitruvius. Ela deveria ser uma construção humilde que se encaixa no estilo colonial do entorno, mas que também se refere à oca nas proximidades. Um rosto Português com um coração indígena. Desde que a arte pode ser considerada sagrada, a linguagem espiritual em da arquitetura de mosteiros foi usada para abrigar as exposições. No sentido original, uma galeria é um passeio coberto ou uma passagem estreita e parcialmente aberta ao longo de uma parede. Ela deriva da palavra ‘galerie’ do francês antigo, "um longo pórtico" (c. 14), O termo galeria como "edifício de arte" foi usado pela primeira vez na década de 1590.
Um telhado plano de 2,9 m de altura foi previsto para evitar desnecessariamente elevar a estrutura e a manter num perfil baixo, oferecendo protagonismo à fazenda e à oca. Três palmeiras de 30 metros de altura existentes estão integradas no projeto e uma destas árvores perfura o teto. A galeria é quase quadrática (11 x 15 m), com uma passagem de 2,10 m de largura. A planta é dividida em 15 quadrados de 2,10 m x 2,10 m e cada quadrado, exceto os dois últimos, tem uma porta centralizada no meio. As colunas são colocadas fora desses quadrados em uma base de aço corten e pedra azul. As paredes consistem de tijolos reutilizados com uma argamassa de cal do lado de fora. No interior, os tijolos foram mantidos aparentes. Para a estrutura, os colmos de bambu, Phyllostachys Aurea de 50mm de diâmetro foram utilizados. Somente para os arcos uma espécie local (Bambusa Tuldoides Munro) foi usada.
A cooperativa local de eco-construção, aperfeiçoou suas técnicas ao longo dos anos e agora é capaz de, além de construções comunitárias e habitação locais, fazer edifícios high-end que podem servir clientes de classe média e alta. Este tipo de cliente pode fornecer uma receita interessante que pode ser utilizada em salários e também em infraestrutura comunitária. Assim, poucos investimentos externos precisam ser encontrados para melhorar a sua própria infraestrutura. Na Galeria de Arte, o proprietário às vezes libera espaço para artesãos locais que podem ter uma chance de expor e vender suas obras de arte, ao lado de artistas mais conhecidos em outras ocasiões. Os arcos são conectados a uma peça de ligação na parte superior da coluna. Ao conectar os arcos, através de uma conexão 'violin, obteve-se uma forma rígida, enquanto separadamente eles ainda queriam retornar à sua forma natural. O princípio de conexão foi usado onde quatro colunas são interligadas para uma treliça colocada lateralmente, apoiada por braços de contraventamento.