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Arquitetos: André Simão & Nuno Bessa
- Área: 472 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Carlos Eduardo Vinagre
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Fabricantes: ASIAGLASS, Celsa, Sosoares
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta intervenção teve como objeto uma pequena propriedade no interior rural do concelho de Barcelos, no norte de Portugal, onde existia uma casa de agricultor e um sequeiro (estrutura arquitetônica vernacular utilizada para secar e armazenar cereais). A fachada, praticamente cega, descreve uma longa curva - acompanhando a rua – que se fecha sobre o interior do terreno, como um gato enrolado. Depois de numerados e desmontados, recombinaram-se os elementos em alvenaria de pedra existentes, originando a geometria e matriz de um novo alçado interior. Por detrás deste puzzle de memória construída nasce a nova casa, predominantemente envidraçada, revelando-se ao pátio exterior.
Organizadas a partir do hall que as congrega, a zona de quartos volta-se a nascente e a zona social, voltada a sul, privilegia o uso livre e exploratório de uma sucessão de mezaninos. Num dos extremos da habitação, um corpo – o atelier de pintura - balança-se suspenso e temerário, para além das velhas pedras da primitiva estrutura, abrindo-se à paisagem e fechando o desenho do alçado interior.
A casa volta-se à rua como uma tela em branco, lacónica e abstrata, devolvendo as sombras das construções vizinhas.
Aos proprietários, com quem se estabeleceu uma relação profundamente dialética do projeto até à obra concluída, perguntei: “como chamariam à vossa casa?”. A resposta homenageia uma das árvores que, sem sair do jardim, entra todos os dias pela “Casa do diospireiro” adentro.