- Área: 161 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Emanuel Torres, Omar López Bautista
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Fabricantes: Cemex, Escenium HAUS, Masisa, Tecnolite, Teka, Ternium Hylsa, VALVO
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta casa está localizada na periferia da cidade de Oaxaca de Juárez, contexto em desenvolvimento, em plena mudança de uso de solo, onde pouco mais da metade do território é ocupada por construções que variam entre casas e grandes vinícolas.
A encomenda foi feita a partir de algumas solicitações muito claras. Devido às condições do atual entorno, enfatiza-se o fato de que a casa aparente não estar finalizada no exterior, que se tenha a oportunidade de ter um espaço de recreação ao ar livre no interior, através do uso da metade do terreno como jardim, além da possibilidade de escape visual por meio da escada que permite vistas à cidade, à Serra Norte e o morro de Monte Albán. O edifício tem vinte metros de frente e dez de fundo e o programa se desenvolve em um quarto da área disponível, em um espaço de cinco por dez metros.
A partir do requisito específico sobre a aparência esperada, a partir de um referencial imediato do contexto e de uma filosofia pessoal de desenho, onde a tectônica é parte essencial, optou-se por utilizar como material blocos ocos de concreto que condicionam o desenho dos espaços enquanto módulos estabelecidos pelo sistema construtivo. Ao mesmo tempo, essa escolha permite o manejo dos vazios nas proporções necessárias e específicas para ventilar e iluminar cada um desses espaços.
As aberturas que funcionam como janelas no primeiro e segundo pavimentos estão posicionadas como consequência das vistas indesejáveis dos vizinhos. No térreo ocorre algo diferente, já que se busca gerar a maior conexão possível com a área do jardim através de aberturas de maior dimensão e número.
O funcionamento da Casa Guadalupe se desenvolve através de dois eixos principais, um horizontal e outro vertical. O primeiro, mais público, é uma sucessão de espaços com usos diferenciados, como jardim, áreas comuns e de serviços, relacionados a atividades sociais, de produção e de lazer. O segundo, mais privado, corresponde às atividades pessoais e de descanso, que fazem uso dos espaços mais íntimos, conectados e isolados ao mesmo tempo de maneira vertical.
O projeto é uma busca por intimidade espacial, um exercício volumétrico básico que se desenha como um único elemento e se pensa com a intenção de gerar a sensação de ser uma rocha, um monolito habitável. Pretende-se criar a sensação produzida pela natureza e proporções do material, imponente e áspero, que constrói o espaço através de uma escala própria, totalmente sensorial e tectônica, que reforça a atmosfera do contexto em constante desenvolvimento.
O projeto encara diferentes desafios de desenho, assim como de mão de obra e custos. É uma verdadeira conquista conseguir ter realizado a proposta com o orçamento disponível e a mão de obra não especializada no sistema construtivo, que não é utilizado nesta região do país para essa tipologia de projeto.
