Descrição enviada pela equipe de projeto. Trata-se do projeto arquitetônico, na cidade de São Paulo, da sede da Organização Não Governamental Greenpeace Brasil que atua na defesa do planeta, através da divulgação de informações, dados e denúncias, de forma a promover a conscientização pública, a mobilização social e a articulação política em defesa do meio ambiente.
A intervenção se dá em um edifício existente que possui a cota de nível do pavimento térreo aproximadamente na mesma cota de nível da rua, dois pavimentos superiores, dois inferiores e laje plana de cobertura.
Localizado em um lote extenso no sentido longitudinal, perpendicular à rua, possui um grande desnível da cota de nível da rua em relação à cota do fundo do lote, onde há uma pequena área livre entre o edifício e uma antiga casa de um pavimento, provavelmente dos anos 40, pertencente ao mesmo lote.
Devido aos limitados recursos financeiros disponíveis para a reforma, a intervenção proposta foi mínima, entretanto, contundente, alterando elementos significativos na arquitetura existente de forma a atender ao programa de necessidades e intenções de ocupações da ONG.
Todas as divisões internas foram eliminadas criando 4 grandes salões, um em cada pavimento, interligados por escadas - localizadas nas laterais junto aos sanitários - e um elevador ao fundo:
Térreo: acesso à edificação, onde há o bicicletário, uma pequena recepção, um salão multiuso e uma sala de reunião ao fundo. Em uma das laterais há uma abertura para veículo que se comunica com o fundo do lote através de uma rampa íngreme;
Pavimento Inferior 1: salão multiuso com sala de reunião ao fundo;
Pavimento Inferior 2: Warehouse, cujo projeto de ocupação foi desenvolvido e executado pela própria equipe do GP, CPD e Sala Técnica ao fundo, área livre entre o edifício e a casa existente onde ao fundo foi proposto um deque de madeira e um redário;
Pavimento Superior 1: salão destinado à equipe com ilhas de trabalho e salas setorizadas localizadas na lateral onde se encontram as escadas e sanitários;
Pavimento Superior 2: salão destinado à equipe com ilhas de trabalho e salas setorizadas localizadas na lateral onde se encontram as escadas e sanitários;
Cobertura: etapa não executada, em projeto estava previsto a execução de uma horta e uma Sala de Reunião / Uso Múltiplo aberta e com cobertura retrátil, além da instalação de placas solares para a produção de energia limpa, esta sim foram implantadas.
Todos os novos espaços setorizados foram delimitados fisicamente com divisórias de vidro e estrutura em aço carbono, com exceção das salas técnicas que demandavam maior isolamento acústico e visual e que foram delimitadas com divisórias acústicas de gesso.
Os vidros fixos que fechavam as aberturas existentes foram removidos e vidros com abertura pivotante vertical, utilizados para fechamento de varandas, foram instalados em todas as aberturas, possibilitando ventilação cruzada no pavimento térreo e nos dois pavimentos superiores.
Como elementos de proteção física, guarda-corpos em aço carbono e cabos de aço foram projetados internamente nos pavimentos térreo e superiores próximos às janelas que possuíam abertura piso a teto.
A cor predominante na intervenção foram o branco e o grafite de forma que a arquitetura se tornasse um suporte o mais neutro possível para as futuras intervenções espaciais, efêmeras ou não, elaboradas pela própria equipe do GP.
Como as fachadas transversais são praticamente leste e oeste, foi projetada uma estrutura em aço carbono localizada junto às lajes dos pavimentos superiores 1 e 2 e no topo do edifício interligadas por cabos de aço. Plantas foram plantadas no pavimento térreo de forma que atingissem esta estrutura e se transformassem em um brise “verde”. Cortinas de lona branca também foram previstas.
As mesas em aço carbono e tampo em MDF formicado branco também foram projetadas pelo escritório de arquitetura, prevendo uma canaleta para a passagem das instalações elétricas, dados e telefonia, que foram previstas de forma aparentes no teto e interligadas às mesas por colunas técnicas.
Uma vez que o andar térreo teria um uso restrito, ou seja, não aberto ao público, foi proposto um canteiro de plantas ao longo da fachada a fim de desativar o amplo acesso ao térreo sem interferir nas preexistências do edifício alugado, simplesmente retirando o piso intertravado de concreto existente na calçada. Desta forma, manteve-se a fachada existente com a grade metálica e o fechamento interno em vidro que possibilita a iluminação natural e a visibilidade entre o interior e o exterior do edifício. Neste canteiro foram plantadas as trepadeiras que sobem pela fachada e folhagens nativas e comestíveis (Taioba). Ao fundo deste salão no térreo, na janela da Sala de Reunião, uma jardineira suspensa também foi plantada com plantas nativas e comestíveis (Ora-pro-nobis).