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Arquitetos: Designworkshop
- Área: 6364 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Roger Jardine
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Fabricantes: Ecophon, Floorworx, Forbo Flooring Systems, Holcim, Mariseal, Mentis, Nora, Regent, Union
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em 2014 foi inaugurada a primeira Universidade Sul Africana da era democrática, a Sol Plaatje University (SPU). Estrategicamente próxima ao Square Kilometre Array Telescope (SKA), inicialmente ingressaram 135 estudantes e agora é esperado que o corpo discente cresça até 7500 alunos nestes primeiros 10 anos.
Localizado no centro da cidade de Kimberley, o Progressive Urban Design Framework incorpora de forma contínua o patrimônio cívico, público e educacional existente nos novos prédios da Universidade, posicionando o ensino superior como parte integrante da vida no centro da cidade. Talvez, até, seu coração.
Os arquitetos do Designworkshop foram bem-sucedidos no concurso que buscava conceituar e fornecer um Centro de Recursos do Estudante como a peça central, funcional e física, da vida universitária, incluindo biblioteca, ensino, estudo e espaço social.
A principal questão que foi explorada foi o que esta tipologia poderia ser idealmente e transmitir a realidade sul-africana em um mundo globalmente integrado.
Imagens antigas de compartilhamento de conhecimento retratam pessoas reunidas em torno de idosos, líderes de pensamento e gurus, no espaço público. Dependendo de onde e quando, isso pode acontecer ao lado de um rio, debaixo de uma árvore, em uma praça pública ou na rua. Isso é aprendizagem e geração de conhecimento em um ambiente social. Dentro da sociedade e indistinguível dela, a aprendizagem é possibilitada pela realidade prática e pela realidade percebida, assim como é vivenciada, muitas vezes em uma plataforma da prática cultural e tradicional.
A partir de quando se registrou o conhecimento por escrito, a imagem emblemática do aprendizado se transformou, muitas vezes, na mesa de estudos silenciosa cercada de livros. Esta é a disseminação do conhecimento acumulado, mais comumente registrado fora da experiência direta e como um resumo de transmissão mais linear e unidirecional de contextos culturais específicos. A "neutralidade" da ciência.
A biblioteca e o centro de recursos da SPU integram ambos ao mesmo tempo. É um lugar social onde as pessoas se disponibilizam para um intercâmbio incidental e planejado no decorrer da vida cotidiana, tanto no espaço físico quanto on-line, com e sem livros, coletivamente e na solidão, dirigidos e capacitados pelos mentores ou entre eles.
É, ao mesmo tempo, uma árvore, um rio, uma praça pública e uma rua.
O piso térreo é uma extensão das calçadas, caminhos, praças e jardins de Kimberley. É um espaço público protegido dos extremos cíclicos quentes e frios do clima árido.
Ascendendo do público ao privado, cada andar adicional é outra "praça pública" acessada a partir de seu perímetro para permitir a exploração tridimensional de uma visão de conhecimento contínua.
Formas de lama moldada reforçada com grama sólida tipificam a construção vernacular brakdak, do interior da África do Sul. A Biblioteca eleva essa herança a uma concha de concreto autônoma de 22cm de espessura, elevando-se até 36m de altura e erguida do chão para revelar um único volume oco ascendendo até seu ponto mais alto, com vista para a Praça da Universidade.
O inverso da icônica mina de diamantes Big Hole de Kimberley, o edifício é um objeto esculpido distinto, que surge da infinita horizontalidade como um koppie, brakdak house ou mina. Em um único material, o concreto é a estrutura, a vedação, o isolante térmico, o facilitador de uso flexível, a tradição estendida e a experiência nobre.
Na vida cotidiana da universidade, o prédio é um refúgio, um lounge de inverno 24 horas e uma varanda de verão.
O projeto é altamente eficiente em termos energéticos, permitindo a quantidade certa de luz natural com ganhos ou perdas de calor significativamente mitigados, a temperatura interna ainda mais moderada por tubos de água quente e fria embutidos em pisos de concreto.
Na cidade, é um marco da aprendizagem democrática, do intercâmbio social e cultural e de um gerador de potencial econômico que sempre vem do conhecimento e das ideias potencializadoras.