- Área: 640 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Kim Yong Kwan
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno onde o projeto foi implantado era uma estreita faixa limitada por duas empenas entre duas vias de acesso, ao norte uma avenida de vinte e cinco metros de largura e ao sul uma rua estreita de doze metros. Além disso, a avenida principal que faz fronteira com o lote marca uma divisão bastante evidente no tecido urbano do bairro, separando uma antiga área residencial suburbana do novo e efervescente distrito comercial em desenvolvimento.
Primeiramente, nosso maior desafio era reconectar as duas vias de acesso, romper com a falta de permeabilidade e aproximar as duas escalas do bairro. Para isso optamos por sobrepor os volumes de forma a quebrar a linearidade da fachada e torná-la menos agressiva. Também era importante reconectar estas duas cidades diferentes, mas ainda assim tão próximas, criando um "interstício no bairro" uma vazão de uma rua movimentada para um bairro residencial bastante tranquilo.
Os cinco volumes que compõem o edifício estão deslocados uns dos outros, criando uma sensação de movimento. O espaço vazio criado entre os volumes é transformado em um "interstício". No primeiro pavimento, esta abertura assuma a forma de uma viela que conecta as duas ruas limítrofes ao terreno, proporcionando livre acesso aos pedestres e dando maior fluidez aos espaços do bairro.
O vazio entre os pavimentos superior e inferior junto às fachadas leste e oeste fornecem aos moradores espaços extras de armazenamento. Frente à via de acesso, estes recuos e vazios minimizam a escala do edifício. Os intervalos entre os volumes em ambas as frentes, tanto à norte quanto à sul, acolhem jardins e espaços verdes que proporcionam um diálogo entre o interior e o exterior do edifício. O pátio penetra verticalmente todos os volumes criando esta espécie de deslocamento horizontal e desempenha um papel fundamental na conexão dos espaços do edifício.
O pátio está localizado perto do acesso sul, aonde centenas de pedestres passam todos os dias, tornando-se um espaço aberto que acolhe a vida social do bairro. Além disso, a fachada sul possui uma faixa de "amortecimento" um espaço semi aberto que faz a mediação entre o mundo exterior e os espaços internos do edifício, transformando-se em uma espécie de jardim vertical frente à cidade.
Esta parede verde funciona na prática como uma cortina urbana que protege o edifício da rua sem ser agressivo para com os pedestres. Ele descontrai a relação direta entre a solidez do espaço privado e a fluidez do espaço público criando um espaço dinâmico e acolhedor entre os dois.