- Área: 128 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Pato Rammsy, Studio 3K Filmes
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Fabricantes: Art Nativa, Deca, Hitec, Mardesol, Palimanan, Sparlack
Descrição enviada pela equipe de projeto. Caraíva é uma encantadora vila de pescadores, historicamente calma e pacata. Não há veículos automotores, fica entre o rio e mar e suas ruas são de areia fofa. O único meio de transporte de pessoas e materiais é através de carroças.
Com o intuito de preservar as características do local, o arquiteto criou o conceito dessa residência de fim de semana, simples e arcaica, pé na areia. O projeto prioriza materiais e técnicas de construção regionais, girando em torno da madeira e seus métodos artesanais de envelhecimento; do cimento queimado; e da cobertura de piaçava, todos dando calma e aconchego aos usuários.
O pequeno terreno de esquina, e as limitações construtivas do IPHAN, determinaram que a residência deveria ter espaços abertos que seriam aproveitados como ambientes de uso diário. Em 130m² foram construídos 4 suítes, cozinha e área de serviço. O restante dos ambientes acontece pelo jardim e em uma pérgola coberta com folhas de coqueiros. São o redário, o estar, a hidromassagem da suíte máster, a mesa de jantar e no terraço acima da cozinha, a hidromassagem, comum, com impressionante vista para o mar da Bahia.
Porém, os 130m² de construção não poderiam ser executados em um bloco único, seria algo desproporcional para Caraíva, que ainda preserva muito bem suas casinhas coloridas. Foram criados 3 blocos, locados em volta da piscina. O alinhamento entre as edificações não existe, visando buscar a implantação espontânea das edificações do local. Na esquina do terreno, foi mantida uma área aberta para a rua, de 50m², com um banco. É uma gentileza urbana para acolher os caminhantes das ruas de areia em dias mais quentes.
O primeiro bloco abriga a cozinha, lavabo e despensa, e um terraço descoberto com incrível vista para o mar. A escada de acesso é externa, e tem no piso as famosas cerâmicas da região. O segundo bloco abriga os dois quartos dos filhos do casal, possui telhado cerâmico, e pé direito bem baixo, assim como as residências locais. Esses dois primeiros blocos são virados para a rua, e sua altura foi definida visando o mínimo impacto visual de quem esteja no espaço público. O terceiro bloco é mais recuado no terreno, com as suítes máster e suíte de hóspedes, aproveita o amplo pé direito interior com um mezanino que abriga as respectivas camas de casal. Esse bloco tem a cobertura de piaçava.
Na decoração, elaborada pelo casal de proprietários, cores e mobiliários neutros e minimalistas transformaram a casa em um espaço que une o rústico e o contemporâneo, e deram destaque ao artesanato local.