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Arquitetos: Gallardo Llopis Arquitectos; Carlos Gallardo Llopis, Javier Gallardo Llopis, Jose Luis Gallardo Blanquer
- Área: 272 m²
- Ano: 2017
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Fotografías:Germán Cabo,
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Fabricantes: DuPont, Andreu World, Capdell, Flexform, Flos, Guardian Glass, JNF, JUNG, Levantina, Parex-Group, Placo, Sovet Italia, Vitra
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Talamanca se ergue sobre a bucólica paisagem de Dalt Vila, iluminada pela luz do céu turquesa do mediterrâneo, que à distância, reflete sobre as paredes rochosas desta pequena cidade balear. Esta icônica paisagem opera como um pano de fundo que define a paisagem de Ses Torres, em um terreno de dimensões modestas que, ainda assim, possui um ampla vista panorâmica devido a sua posição privilegiada junto à esquina de uma pequena rua que desce suavemente até a beira do mar. A apropriação destas exuberantes vistas se converteu no principal objetivo deste projeto que, ao mesmo tempo, procura manter uma privacidade adequada à vida de uma pequena família.
Dotada de uma leve inclinação natural, a topografia original do terreno permitiu implantar o edifício em uma espécie de pódio natural construído através do rearranjo das curvas de nível no trabalho de paisagismo, melhorando substancialmente as vistas a partir da casa além e aumentar consideravelmente a sensação de intimidade em relação a cota da rua. Sobre estas curvas orgânicas eleva-se um volume arquitetônico massivo, com predomínio de superfícies opacas que resguardam a devida intimidade de seus moradores: um bloco branco esculpido desde dentro para enquadrar as melhores vistas para esta deslumbrante paisagem mediterrânea. O volume superior, que avança em balanço sobre a linha de fachada, proporciona o devido sombreamento dos espaços semi-abertos no térreo junto à piscina, abrindo-se em toda a sua extensão para enquadrar as privilegiadas vistas em direção sudoeste. A ressonância deste gesto arquitetônico contrasta com a delicadeza do projeto de fachada, cuidadosamente executado para reforçar a relação entre a materialidade do edifício e a intangibilidade da paisagem natural. Adaptando-se à esta peculiar geometria urbana, o acesso se transforma em uma dobra na fachada posterior, seguindo a linha de inclinação do sol, em um rasgo profundo que acentua as formas contundentes e agudas do projeto.
Interiormente, o térreo acolhe todas às áreas de uso comum, com espaços diáfanos que incorporam às áreas de estar, jantar e a cozinha. Neste espaço fluido e contínuo, o projeto de interiores foi desenvolvido para melhor integrar os diferentes espaços, os quais podem ser delimitados através de painéis de correr para adaptar-se à melhor maneira as necessidades de seus habitantes. Como uma grande praça, toda a planta baixa da casa se abre para a ampla paisagem do lado de fora, diluindo os limites entre o interior e o exterior. Uma leve escada em balanço nos leva ao pavimento superior, aonde estão localizadas as áreas privadas da casa, cercadas por uma varanda perimetral contínua que percorre toda a extensão do balanço da sacada, emoldurando a paisagem do entardecer balear.
Concebidos não apenas para enquadrar as belas vistas panorâmicas, os espaços da casa foram projetados também de acordo com os ventos dominantes, criando uma espécie de dupla orientação: o térreo através da justaposição de dois grandes panos de vidro, e no primeiro pavimento com a inserção de um longo jardim lateral. Desta maneira, o espaço iluminado das áreas sociais foi concebido como uma concatenação de espaços exterior–interior–exterior, com o piso de pedra esparramando-se desde dentro até a borda da piscina que, refletindo o azul turquesa do céu de Ser Torres, completa essa sensação de continuidade espacial em direção ao infinito.