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Arquitetos: Rodrigo Simão Arquitetura
- Área: 375 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:André Nazareth
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Fabricantes: Aço Tubo, Belgo Arcelor, Coral para acabamento fino, Deca, Franke, Gerdau Corsa, Ipiranga, Metais, Petromix, Serralheria Marcondes, Temper master, Tintas Coqueiro, Vidraçaria Bassous
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa foi construída para o arquiteto e sua família, preservando relevo, pedras e árvores nativas, criando espaços funcionais que integram a vida doméstica com a natureza do lugar. A entrada da casa se faz através de um deck de pranchões de madeiras de demolição com 7 centímetros de espessura. Esse espaço funciona como sala de estar ao ar livre e é onde a família passa grande parte do tempo.
A estrutura de aço carbono utilizada na maior parte da construção possibilitou grandes vãos com pecas de seções reduzidas, permitindo grandes aberturas de janelas e criando espaços abertos em diálogo com o jardim e com a bela paisagem da região. O piso na maioria da casa é a própria laje de concreto que foi polida no ato de concretagem - geralmente usado em indústrias e postos de gasolina devido a sua alta resistência a impacto, abrasão e ao seu acabamento liso e higiênico.
Essa opção tem como resultado: fino acabamento, considerável economia e lajes com pouca espessura - o polimento foi a única impermeabilização dos pisos de varandas e terraços. O concreto é exposto também em paredes e lajes, moldados na obra com sarrafos de 10 centímetros, explorando assim as suas propriedades, eliminando etapas de mão de obra e material e integrando a edificação com a natureza.
As escadas de acesso ao mezanino e terraços são feitas de perfis de aço reciclado e pranchões de peroba rosa nos degraus. Portas antigas de madeira maciça, forrações em ripados de madeira usada, sistema de cobertura empregando assoalho de madeira, bancadas de banheiro, mobiliário em madeira e luminárias de cor amarelada, feitos exclusivamente para o projeto, contribuem com domesticidade para a construção com materiais industriais.
As coberturas são de assoalho de madeira de lei cobertos por manta asfáltica e revestido de telha shingle. Os pilares são feitos de tubos de aço preenchidos de concreto auto adensável e são recuados em relação às arestas de vidro contribuindo na leveza e desmaterialização da estrutura.
O leve conjunto estrutural da casa se apóia em muros de pedra de alvenaria que compõe a fundação erguendo-a do chão, a fim de evitar umidade e animais. As pedras foram desmontadas de um muro com mais de cem anos de idade e refeitos por um artesão local. O paisagismo foi feito intuitivamente pelos moradores, buscando incorporar espécies nativas pré-existentes que em alguns pontos atravessam as lajes.
O telhado curvo ergue-se na direção do sol nascente, que durante o dia percorre toda a casa através dos painéis de vidro fixo requadrados em ferro e portas de correr de alumínio e vidro transparente. Especialmente nos quartos, voltados para o norte, a incidência de sol é vital para a saúde em uma cidade montanhosa como Petrópolis.
A casa ganhou anexos como uma brinquedoteca e um atelier para a artista plástica Katharina Welper, esposa do arquiteto, complementando a integração entre arquitetura e paisagismo. Os conceitos de um espaço aberto, do uso de materiais em sua forma natural e da integração com a natureza buscam inspirar na família simplicidade e um estilo de vida funcional e integrado.