- Área: 520 m²
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Fotografias:Francesco Squeglia, Giacomo Visconti, Roberto Cremascoli
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Museu e Bosque Real de Capodimonte e o Pio Monte della Misericordia, com produção e organização da editora Electa, promovem uma mostra para aprofundar o período napolitano de Caravaggio e sua herança deixada à cidade Partenopea: Caravaggio Napoli, com curadoria de Maria Cristina Terzagui e Sylvain Bellenger (Diretor do museu), projeto expositivo de COR arquitectos com Flavia Chiavaroli, e projeto gráfico de Studio Sonnoli, de 12 de abril a 14 de julho de 2019.
Caravaggio vive em Nápoles um total de 18 meses, divididos em dois períodos: entre outubro de 1606 e junho de 1607, e , posteriormente, do outono de 1609 até sua morte em Porto Ercole, durante sua viagem de regresso a Roma, em julho de 1610. Meses intensos e fundamentais na sua vida e na sua produção artística, que, no entanto, resultam menos conhecidos do que o período passado em Roma.
Merisi chega a Nápoles em fuga, de Roma, onde viu-se envolvido no homicídio de Ranuccio Tomassoni: procurado e condenado à morte pela justiça romana, atormentado pelo sentimento de culpa. O dramatismo da produção napolitana, com a sua particular tensão moral, parece aproximar-se fortemente da visão de seu tempo do grande artista, aspeto que se revela nas obras apresentados em Capodimonte, provenientes de coleções de museus nacionais e internacionais.
O percurso expositivo desenvolve-se em 6 etapas que correspondem a 6 temas de representação: o Pio Monte della Misericordia, A Flagelação, Salomé com a cabeça de São João Batista, A Crucificação de Santo André, Maria Maddalena em Êxtase e São João Batista, e O Martírio de Santa Úrsula.
O projeto expositivo é um percurso através de salas, desenhadas com uma disposição que remete às insulᴂ dacidade napolitana, feita de travessas, enquadramentos prospetivos, de matéria e estratificações.
São ambientes que dialogam entre si e onde as pinturas são os únicos protagonistas de uma mise-en-scène dramática que permite um contato íntimo com as obras expostas.
Roberto Longhi citava um biógrafo da época de Caravaggio: E quando, em 1620, lemos, de um biógrafo, esta descrição do studio, do atelier de Caravaggio: “Uma luz que vem do alto sem reflexos, como seria num quarto com as paredes coloridas de preto que, assim, tendo os claros e as sombras muito claras e muito escuras, venham dar relevo à pintura, mas de modo não natural, nem feito nem pensado por outro século ou pintores mais antigos”.
Na sombra e na penumbra percorremos as salas-insulᴂ através de portas, janelas, arquitraves, passagens escuras, onde enquadramentos e referências contínuas permitem confrontar diferentes obras em diferentes planos visíveis.
Pelo Bookshop acede-se à sala multimedia, onde, por meios tecnológicos da Google Art, é possível investigar em pormenor a superfície das pinturas. Conclui a exposição um vídeo sobre os 18 meses de Caravaggio em Nápoles, realizado por Matteo Pedicini.