- Ano: 2018
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Fotografias:Ricardo Loureiro
Descrição enviada pela equipe de projeto. A alta casa do século XIX foi encontrada num beco estreito e frente a um cemitério. O projeto seguiu o sentido de uma ordem absoluta: a estrutura de madeira existente foi substituída por concreto e a geometria da planta definiu uma nova malha estrutural. Uma escadaria, banheiros triangulares, quatro espaços de convivência e um corredor levemente curvo organizam os usos e hierarquias necessários. Cada sala é concebida como um perímetro branco pontuado com um pilar de concreto no centro, estabelecendo uma certa ordem aos programas, tornando o espaço compreensível. Os pilares são dispositivos arquitetônicos, não estruturais e, como tal, não tocam o teto.
A sala apresenta um conjunto de figuras simples, onde cada objeto tem seu lugar: as duas portas azuis, a superfície de mármore, os armários, as janelas voltadas para os cenários externos opostos, as cortinas teatrais. O exercício da materialidade, reunindo madeira, concreto, ladrilhos e mármore, superfícies e padrões, pareceu necessário.
Cada uma das três fachadas conta uma história diferente. A fachada frontal é austera, coberta de azulejos brancos, dominada pela presença das duas portas altas, uma rosa e outra azul. A fachada lateral é definida por três linhas pintadas, refletindo a composição estrutural interna. A fachada não-figurativa do jardim é composta de duas janelas quadradas e uma calha dentro de uma silhueta não-conformista; a parede lateral é pintada de azul, reforçando a autonomia da peça.