-
Arquitetos: PuertoyMartín - Arquitectura e Interiorismo; PuertoyMartín - Arquitectura e Interiorismo
- Área: 135 m²
- Ano: 2018
-
Fotografias:Antonio Vázquez
-
Fabricantes: Cosentino, Aromas del Campo, Finsa, Keops
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto de reforma dos espaços de vendas da cerveja Mahou no Palácio de Esportes de Madri foi abordado a partir do respeito ao edifício que o acolhe, um espaço multiuso utilizado para a realização de shows, congressos e jogos de basquete. Procurando não competir com sua marcante arquitetura, optamos por um estilo industrial e acabamentos frios e resistentes, fortalecendo a identidade da marca e harmonizando com a linguagem arquitetônica do edifício.
O projeto original do Palácio de Esportes, construido em 1960, segue a tipologia tradicional de estádios e arenas esportivas. Para facilitar o fluxo de pessoas, as circulações são organizadas em formas de ‘ruas’ internas e externas que percorrem as estruturas dos anéis que compõem os vários níveis de acesso às arquibancadas e a pista central.
É nestas 'ruas internas' que se encontram a maioria dos espaços que fomos convidados a intervir. Dependendo de sua localização, as condições de fluxo e consumo podem ser completamente diferentes, por isso foi importante compreender a dinâmica da arena antes de tomar qualquer decisão.
O edifício do Palácio de Esportes, que atualmente se encontra sob a gestão da WiZink Center, é um artefato urbano resultado de diferentes intervenções ao longo de 150 anos. Desde então, este terreno na capital espanhola tem sido um dos principais pontos de entretenimento da comunidade madrilenha. A marca de tais intervenções, reconstruções e ampliações consecutivas, correspondem a questões funcionais e requisitos normativos. A planta circular organiza da forma mais efetiva o maior número de pessoas ao redor do espaço central, aonde são realizados os eventos. Como resultado disso, o conjunto dos espaços que criamos podem ser vistos em planta como uma composição de geometrias resultantes e elementares, as quais utilizamos para gerar uma linguagem gráfica contemporânea que alude às origens do espaço e, ao mesmo tempo, se integra a perfeição com os conceitos da marca.
Estes espaços que criamos tem duas funções principais: atender eficientemente o público em dias de eventos e divulgar a marca da empresa. Como um banner promocional, "colamos" estes estandes na parte de baixo das arquibancadas da arena, aderido os bares na estrutura interior que separa a caixa cênica da envoltória exterior do edifício.
Tratamos estes espaços como se fossem bancas em um mercado público, configurando as ruas por onde as pessoas transitam entre um intervalo e outro.
Mediante a compreensão global da estrutura da arena, conseguimos transformar estas pequenas intervenções em um projeto único que colabora com a compreensão espacial e a organização dos fluxos. A partir da linguagem adotada pudemos equilibrar a nossa arquitetura com o projeto original, fortalecendo a identidade de cada um deles.
O desenho de mobiliário dos bares foi inspirado pelas típicas fachadas madrilenhas, apropriando-se de sua linguagem geométrica e formal, aludindo as próprias fachadas dos bares de rua da capital.
Recuperamos os revestimentos de azulejo cerâmico e tampos de mármore típicos dos bares da Mahou em Madri, transformando-as em símbolo de identidade da marca. Além disso, a iluminação decorativa também simula a típica iluminação de fachada de rua, aludindo aos espaços de encontro e socialização.
Outra das premissas consideradas que foram fundamentais para o desenvolvimento deste projeto foi a flexibilidade e mobilidade destes estandes. Procuramos desenhar bares, ou balcões, que pudessem ser facilmente removidas ou transportadas, permitindo assim o armazenamento de seus componentes dentro da estrutura do bar e liberando espaço de circulação quando não há a necessidade de ativar todos estes postos.
Deste modo, ao longo das ruas internas e externas, os bares funcionam como um pano de fundo, simulando a fachada de um típico bar da Mahou. Seu tradicional "balcão", suas janelas e o característico toldo vermelho, permitem manter a graça destes espaços mesmo quando eles não estão funcionando.
Os balcões das ruas exteriores foram revestidos em Silestone preto e azulejos cerâmicos de 10 por 10 centímetros. Os perfis metálicos foram pintados de vermelho enquanto que o mobiliário do bar foi construído em chapa metálica.
A marca da empresa foi estampada em uma série de painéis metálicos que se sobrepõe a estas fachadas, além de figurar no toldo vermelho acima do balcão. A iluminação de rua complementa a fachada urbana, fortalecendo a ideia de um tradicional balcão madrilenho.
Os balcões das ruas internas por sua vez, são essencialmente brancos, com a bancada de mármore típica dos bares da Mahou e os mesmo azulejos de 10 por 10 centímetros. O mobiliário foi acabado em madeira laminada, criando um atmosfera mais aconchegante e requintada, como se estivéssemos dentro de um tradicional bar de esquina madrilenho.
A imagem da marca também foi estampada pelos pilares da estrutura para identificar a presença dos balcões mais recuados. O projeto de iluminação colabora para acentuar esta atmosfera interior, com um carácter mais cálido e tênue.