Casa Laranja Limão / Daniel Moreno Flores + Santiago Vaca Jaramillo

Curadoria de Clara Ott

Arquitetos: Daniel Moreno Flores, Santiago Vaca Jaramillo
Área: 65 m²
Ano: 2017
Fotografias:Andrés Villota Pelusa, Santiago Vaca Jaramillo

Descrição enviada pela equipe de projeto. Um lar destinado a transformar-se rapidamente em residência definitiva, os proprietários buscavam uma casa que lhes permitisse sair logo do apartamento alugado que ocupam e assim deixar de pagar parcelas intermináveis. O desafio foi projetar em um mês e construir em dois meses a casa de 65 m2, além de pensar uma casa econômica. Para isso, foram definidas estratégias de projeto contundentes: criar um sistema construtivo estrutural que demandasse pouco tempo de execução e que abarcasse uma grande área.

Inicialmente os proprietários buscavam uma casa de containers, no entanto também desejavam espaços amplos. Além disso, os containers demandariam revestimentos e modificações, o que tirava o sentido de sua reutilização. Por isso, optou-se por um sistema de painéis de barras corrugadas que permitia conter espaços, delimitar ambientes de forma concreta e virtualmente, além de estruturar os espaços a partir das nossas próprias medidas, respeitando os diferentes usos sem se prender ao padrão dos containers.

A fundação foi executada rapidamente com o excedente das barras dos painéis estruturais e é do tipo estaca. A modulação da casa se deu em função do material (os painéis tem 7,2 metros de comprimento), assim se modula a cada 1,20 e 2,40 metros de altura para receber os fechamentos industriais e reduzir os custos de execução. Apesar disso, em um processo tão veloz, deixamos espaço para o espontâneo e para as decisões em canteiro.

Foram realizadas diversas reuniões com todos os envolvidos. Esses encontros davam sentido de pertencimento e um processo de amadurecimento de ideias de projeto. Foi nesse contexto que optou-se por utilizar peças de madeira de pinho radiata para estrutura secundária e os fechamentos instalados dentro da estrutura, com o objetivo de dar mais conforto aos espaços internos.

Os espaços habitáveis se fragmentam como volumes, para ter um melhor contato com as áreas externas e permitir o crescimento vegetal entre os blocos. Esses deslocamentos também ajudam a dar intimidade ao projeto. Sendo uma casa reduzida, também se projeta um possível crescimento futuro. As diagonais das barras e as diagonais de madeira que estruturam a casa na transversal definem as formas da casa. O resultado é um lar acolhedor que lhes permite formular novos desafios.