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Arquitetos: Estudio Galera
- Área: 215 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Diego Medina
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Fabricantes: Alumia, Carpintería El Paraiso, Cermat, Dunas, MasterGAS, Pasalto, Plastigas
Descrição enviada pela equipe de projeto. Um bulevar muito transitado, um terreno com uma depressão no centro e alguns pinheiros na parte posterior, junto a um programa onde as principais demandas passam pela privacidade para suas usuárias e a ausência de desníveis internos são os dados iniciais para começar a pensar esta casa na costa de Cariló.
A residência é proposta como um artefato autônomo, próprio de um contexto específico: um local de praia, sem identidade arquitetônica clara, mas que respeita rigorosamente os recuos entre as construções, a vegetação e a topografia original das dunas onde está implantada. A residência cria seu próprio mundo, fechando-se em si mesma.
O projeto se configura a partir de um prisma retangular de um pavimento que perde sua compacidade ao apresentar três subtrações em forma de pátios, que adicionam área de ventilação e, ao mesmo tempo, geram espaços de transição entre interior e exterior. Esses espaços estão preparados para poderem fechar-se ao exterior por cortinas, criando dois perímetros diferentes, atendendo a questões de privacidade, segurança e a condição de residência temporária.
Insolação. O desafio de orientar corretamente uma residência compacta e com garagem no acesso, já que o programa demandava uma garagem fechada, foi resolvido deixando os automóveis o mais próximo possível da rua, situando os dormitórios como uma faixa orientada para o norte, enquanto a sala de estar e jantar recebe luz a partir do mesmo ponto por um desvio na laje. Esta ação, somada a diversas subtrações na cobertura, ilumina pontualmente os espaços mais distantes do perímetro da casa.
Como estratégia para liberar o fundo do terreno de elementos construídos, propõe-se a construção sobre a parte da frente do lote, desta forma se garante a ausência de sombras próprias da construção e a casa se transforma em um "tampão" para as vistas da rua, gerando um grande pátio privado na mesma cota do interior construído e livre de volumes ao fundo. As viseiras nas janelas de frente funcionam como reguladores de luz nas diferentes estações do ano, jogando com a altura solar, enquanto protegem as janelas da sujeira gerada pela combinação da poeira dos carros e a água da chuva.
Materialidade. A austeridade formal da proposta coincide com uma materialidade dominada pelo concreto aparente e o vidro A situação em relação à rua, somada à condição de casa de férias, determinaram o concreto como material adequado por questões de manutenção, além das virtudes expressivas e tecnológicas/construtivas.
A presença do ferro e chapas galvanizadas para resolver as aberturas externas substituindo a madeira, responde à necessidade de minimizar as tarefas de manutenção periódicas, produzindo uma casa que não demanda tempo, recursos e dinheiro em um momento destinado ao descanso. A casa busca por altura, materialidade e forma não se impor na paisagem. Uma arquitetura simples, rústica e robusta, em uma paisagem natural no meio do mar.