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Arquitetos: Laurent Troost Architectures
- Área: 366 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Leonardo Finotti, Maíra Acayaba
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Fabricantes: Amazon Aço, Dellanno, Gerdau Corsa, ROCHA Aluminium, mmcite
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Amazônia, mais do que qualquer outra área do planeta, requer estratégias arquitetônicas adequadas ao clima. As condições naturais e ambientais são extremas e a proximidade da zona equatorial exige uma arquitetura orientada para o conforto térmico e a sustentabilidade “passiva”: implantação adequada, criação de beirais protetores, dimensionamento e orientação das aberturas para a ventilação cruzada, assim como a preservação dos sistemas ecológicos locais. A preservação/valorização da Campinarana - tipo de floresta amazônica - foi o ponto de partida para o conceito do projeto.
Para minimizar o desmatamento e preservar grande parte da Floresta, a estratégia arquitetônica principal para construção no lote de 20 x 40 metros, foi a inversão da tipologia habitacional clássica. Na Casa Campinara os quartos estão localizados no térreo e os ambientes de vida internos, o estar externo e a piscina, estão localizados no pavimento superior. Para otimizar as relações entre espaços externos e internos e para otimizar a exposição aos fatores climáticos, a casa foi dividida em dois grandes volumes: um longilíneo e outro transversal. O volume longilíneo abriga as funções que não precisam estar protegidas do sol, tais como o acesso, a garagem, o depósito, a piscina, a lavanderia, o quaradouro e a sala de televisão.
Já o volume transversal abriga funções que precisam estar protegidas do sol e das chuvas, tais como a sala de estar, de jantar e as suítes. O volume transversal principal recebeu uma reinterpretação contemporânea dos telhados coloniais, com 8 águas em 2 níveis separados, permitindo a fruição dos ventos e a criação de um colchão de ar, protegendo o conforto térmico do volume de vida do pavimento superior da casa. A largura reduzida do volume principal foi planejada para a garantia da ventilação cruzada em todos os ambientes. O telhado recebeu platibandas invertidas do lado do sol nascente e do sol poente para maior proteção do sol equatorial.
Também houve a preocupação de criar um telhado independente da casa, com a construção de beirais de dois metros ao Norte e ao Sul, suportado apenas por oito apoios em “V”. O telhado, portanto, pode dilatar em função da variação térmica e insolação ao longo do ano, sem comprometer a estrutura da casa. A escolha do Corten como material do telhado se deu em razão de sua baixa manutenção e de seu caráter evolutivo em harmonia com a Floresta de Campina e seu solo argiloso avermelhado tão presente nas paisagens da Amazônia. Com suas janelas deslizantes em dois lados, a sala de vida envidraçada do pavimento superior permite uma integração total com o estar coberto, a piscina e a natureza.