Descrição enviada pela equipe de projeto. Em um terreno entre montanhas, de topografia complexa, povoado por cedros e carvalhos de tamanhos generosos, uma pequena residência é projetada. O programa, de aproximadamente 200 m², é muito reduzido em relação aos 2.660 m² do terreno, levando a propor um desenho que aproveita a topografia e as vistas, respeitando quase todas as árvores existentes.
Ele inicia em um projeto de dois níveis, ambos localizados no térreo, mas em diferentes alturas, de modo que cada um trabalhe como uma peça independente e aberta para a vegetação e paisagem. As pequenas áreas construídas entre as árvores levam à projeção de dois prismas, um privado e outro social, flutuando sobre o canal que atravessa o terreno. A parte em balanço é resolvida com uma viga criada quando rotacionamos gradualmente a parede contendo o volume privado até transformá-lo em uma laje.
A estrutura de concreto, que concilia a relação complexa com o solo, suporta duas "caixas" de pedra que são perfuradas para ventilar naturalmente a casa e aproveitar as vistas espetaculares das montanhas e da floresta. As paredes de pedra e concreto delimitam claramente o coração do projeto: um pátio longitudinal que a partir do acesso conduz à uma pequena floresta de carvalho ao pé do vale. Ao cobrir parcialmente a área central, uma laje simples gera um espaço indefinido que resolve a garagem, forma um terraço a oeste, converte a cobertura do volume social em varanda e rotaciona para conectar os dois volumes com uma escada linear.
A separação entre níveis, combinada com o programa simples de uma residência para uma única pessoa, permite a mesma liberdade de organização no interior que se consegue no pátio central. A estratégia do projeto alcança uma distribuição gratuita dentro de cada volume, onde o mobiliário define os espaços variáveis e as generosas janelas nas paredes e tetos diluem os limites com o exterior. A liberdade dos espaços interiores é enfatizada pelo teto de madeira que, apoiado em paredes de pedra isoladas sob um polimento, resolve os telhados e mezaninos.
A coexistência de técnicas modernas de construção com sistemas tradicionais permite um diálogo intenso com o meio ambiente. Criados com a mesma pedra das montanhas que os cercam, os prismas da casa recuperam a linguagem da arquitetura da região, abstraída pela limpeza da linguagem moderna. Materiais e formas contemporâneos e vernáculos são combinados para gerar duas peças simples que aproveitam de uma topografia complexa voltando-se a um ambiente natural espetacular.