- Área: 100 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Maíra Acayaba
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Fabricantes: AR Marcenaria, AutoDesk, Casavestida, Cia de Iluminação, Dalle Piage Ladrilhos, Euroville, Marmoraria Sólida, Metalferco, Topseal, Vidroart
Descrição enviada pela equipe de projeto. A antigo apartamento de 100m² no bairro dos Jardins, em São Paulo, foi reformado para atender as necessidades da jovem cliente. O programa original consistia em uma única suíte e outros dois dormitórios. A reforma propôs a criação de duas suítes e da integração de um dos dormitórios e do terraço à área social, criando uma sala de estar maior, valorizando a vista e a entrada de luz natural neste ambiente. A cozinha em conceito aberto é incorporada à sala, idealizando uma grande área social integrada.
Uma das necessidades da cliente era que a sala de estar atendesse três ocasiões diferentes – assistir filmes, reunir amigos e, para o dia a dia, um escritório, que estivesse distante da TV. A peça que conseguiu sintetizar as três ocasiões é o grande sofá verde em módulos, que consegue se adaptar às três possibilidades dentro de um só ambiente. O tapete amarra as três ocasiões, embasando a sala de estar.
A mesa de jantar é uma peça desenhada pelo escritório especialmente para o projeto. O tampo é em madeira freijó, a mesma usada nas marcenarias do restante do apartamento, e a base em formato de “V” é em chapa de ferro - a letra faz uma alusão ao sobrenome da família. A base da mesa cria um ponto de apoio delicado no piso. Para isso, toda a estrutura de sustentação situa-se no contrapiso.
Outra premissa era de trazer diversos pontos de vegetação espalhados por todo o apartamento, enfatizando o verde na paleta de cores do projeto. Conseguimos trazer uma materialidade rica para o projeto, expressando pontos em concreto, tijolo aparente pintado de branco, madeira freijó e ferro. O piso é o original do apartamento do final da década de 70 – os tacos em ipê foram restaurados, elevando a essência do ambiente. A parede da cozinha segue a estética da sala, com revestimento de cerâmicas brancas da Portobello.
O pé direito original do apartamento não é muito alto. Por isso, foram retirados os forros de todos os ambientes, deixando a laje original em concreto aparente, que foi tratada pontualmente. Assim, conseguimos trazer maior sensação de amplitude, além de evidenciar a materialidade do concreto. Não há nenhum ponto de iluminação exposto no apartamento, com exceção do pendente minimalista na sala de jantar. Toda a iluminação dos ambientes é indireta, embutida nas prateleiras de concreto e nas marcenarias. A iluminação indireta permite um ambiente mais agradável, aconchegante e limpo.
Os dormitórios apresentam a mesma identidade da área social – madeira, concreto, vegetação e iluminação indireta. O concreto também está presente nos banheiros e lavabo. Nos banheiros, foi usada uma cerâmica que faz referência ao concreto do aspecto urbano de São Paulo. No lavabo, a bancada com cuba esculpida em concreto, o ladrilho hidráulico nas paredes e piso, e o pendente de cerâmica fazem a ambientação da atmosfera e da materialidade do projeto. O mobiliário e luminárias, constituídos de peças simples, porém elegantes, contribuem para o acolhimento do projeto.