- Área: 360 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Monika Sathe Photography
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Fabricantes: Asian Paints, AutoDesk, Bharath tiles, Ozone, Saint-Gobain, Trimble
Descrição enviada pela equipe de projeto. A maioria dos lotes urbanos na cidade de Telangana, na Índia, possuem uma área aproximada de 170 metros quadrados. Encaixar um extenso programa, como o da Soul Garden House, em uma parcela tão pequena nos exigia uma solução bastante introvertida e compacta. Desafiando as regras do jogo, decidimos incorporar um jardim central ao redor do qual o programa seria distribuído. De forma a acomodar o estacionamento e outros espaços técnicos necessários, o jardim foi elevado, suspendendo todo os demais espaços da casa.
Com esta operação projetual, todos os demais serviços foram empurrados em direção ao limite sul do terreno, operando como massa térmica para amenizar o calor oriundo da incidência direta de raios do sol nesta região de clima quente e úmido. As áreas de uso comum, como a sala de estar e jantar, foram implantadas ao redor do jardim com amplas vistas e acesso direto a este interior-exterior através de portas de vidro de correr. Quando abertas, estas portas permitem que o espaço interior se funda com o exterior, como se casa e jardim fossem uma única entidade. Dois dos quartos foram implantados no pavimento superior, os quais podem ser acessados diretamente a partir do jardim através de um corredor aberto com bancos de concreto.
O pátio central de pé-direito duplo foi revestido com painéis de aço perfurados a laser; parametricamente projetado para criar diferentes níveis de privacidade e iluminação. As perfurações são menores onde o edifício adjacente se encontra mais próximo e maiores onde a privacidade está garantida pela presença de uma parede opaca do vizinho.
No topo, o jardim é coberto pelo mesmo sistema em painéis de aço e vidro como proteção contra a chuva e insetos. A luz, delicadamente filtrada através das aberturas perfuradas, permitem o crescimento contínuo do exuberante jardim tropical que ocupa o coração da casa. Uma espécie de átrio permite ainda iluminar além, chegando até o subsolo onde encontram-se a sala de jogos e a garagem. No jardim há também uma fonte que preenche o espaço com um agradável ruído de água. Em qualquer lugar da casa, nos sentimos sempre muito perto da natureza, consciente do ambiente natural que nos cerca.
O quarto principal tem uma varanda invertida, voltada para o lado de dentro e de frente para o jardim interior. O mobiliário foi projetado com materiais locais como a cana. Além disso há muito vidro, inclusive nos banheiros, de modo que partes do jardim são sempre visíveis e a iluminação natural possa fluir livremente para o interior da casa.
O quarto da criança, por outro lado, possui uma varanda que se abre para o leste. O mobiliário embutido, com suas aberturas voltadas par o jardim, faz a mediação entre o espaço interior e exterior. O escritório, por sua vez, conta com uma jardineira sobre a luz difusa que vem da clarabóia acima chamando a atenção para o verde no momento em que adentramos o espaço.
Na fachada exterior, todas as aberturas contam com brises metálicos micro-perfurados. Estes elementos oferecem uma total privacidade para a casa em relação as ruas adjacentes e seus vizinhos. Devido ao tamanho das aberturas, estes painéis parecem opacos quando vistos do lado de fora durante o dia, mas durante à noite, transformam a casa em uma farol iluminado. O piso foi executado em uma mistura de óxido de cimento amarelo e branco e azulejos artesanais feitos à mão. O forro em concreto foi deixado aparente, contrapondo o fulgor das paredes brancas amplamente iluminadas pela constante luz difusa que se espalha por todos os espaços da casa.