- Área: 338 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Luiz Paulo Meinberg Sacchetto
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Fabricantes: Climatex, EMS, Eternit, Rewood, Usinamix
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Sede do Parque foi construída na Unidade de Conservação do Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo (PNMFC), localizado na Prefeitura Regional de Itaquera, porção leste do Município de São Paulo. O partido arquitetônico levou à busca por alternativas ambientais de forma a reduzir o consumo energético, como por exemplo uma adequada orientação solar para a implantação da edificação, visando à maior eficiência energética. Ainda, buscou-se melhor adaptabilidade ao solo, clima e demais elementos naturais. Priorizou-se respeitar a característica natural do solo, desenhando um edifício elevado que chega ao terreno apenas com suas estruturas.
Além disso, o desenho da edificação garante ventilação transversal de todos os espaços. Em sua concepção, o desenho da Sede do Parque foi disposto em dois núcleos de programas distintos: no núcleo administrativo (ao sul) foram previstos usos voltados à manutenção, manejo, fiscalização do Parque e estudos de monitoramento ambiental. No núcleo de educação ambiental (ao norte) foram previstos usos de suporte às atividades de educação ambiental com escolas, universidades e público em geral.
Quanto ao arranjo paisagístico, foram utilizadas espécies que contribuem para a preservação da vegetação e dos ecossistemas locais. Neste sentido, elaborou-se projeto paisagístico que utilizou vegetação nativa e em extinção, potencializando flora e fauna local. O esgoto é tratado por um sistema conhecido como wetland, que consiste no tratamento por meio de mecanismos naturais com a utilização de vegetação macrófitas. É um procedimento com baixo custo, baixa manutenção e simplicidade de operação, sem adição complementar de produtos químicos ou biológicos.
Já a rede de esgotos das águas “cinza”, provenientes dos bebedouros e pias, escoa para o “Círculo de Bananeiras”, que consiste em um sistema baseado na filtragem da água utilizando bananeiras. Estas águas, em contato com camadas de folhas secas depositadas no interior do círculo, permitem uma combinação ideal para a compostagem dos resíduos. A Sede do Parque também possui fonte de energia limpa por meio de painéis solares fotovoltaicos, que possuem a função de converter a energia solar em energia elétrica para o uso diário das atividades da edificação. Pensou-se no máximo aproveitamento da luz natural. Para isto, utilizaram-se portas que permitem grandes aberturas, possibilitando maior controle do conforto térmico, bem como um conjunto de clarabóias que filtram a luz natural para o interior da edificação.
A edificação também possui sistema de captação das águas pluviais. As águas são captadas pelas calhas e direcionadas para dois tanques situados ao fundo da edificação, podendo ser utilizadas para irrigação, descargas de vasos sanitários e outros fins similares. A ideia central foi minimizar qualquer tipo de contaminação, degradação e poluição ao meio ambiente. Assim, privilegiou-se o uso eficiente de materiais, com adoção de produtos duráveis em função do seu desempenho e comportamento ao longo do tempo. Todas as fundações foram construídas em estacas pré-moldadas de concreto. Já as estruturas foram concebidas em concreto usinado para os baldrames e pilaretes. Assim como vigas metálicas para a laje da edificação e madeira laminada colada para a cobertura.