- Área: 111 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Takumi Ota
Primeira impressão. O terreno, localizado em uma ruela próxima à uma das principais ruas de Ginza, foi abandonado há três anos antes do início da construção do projeto. Em forma de L, possui uma fachada voltada para a rua de apenas 2,7 metros, enquanto todas as outras estão cercadas por prédios altos. Esse local em particular e sua forma estreita sugerem a ideia de cruzar de uma rua para outra. Esse sentimento, bem como a importância da luz natural zenital são as duas diretrizes que direcionaram o projeto.
Conceito. Entre as ruas principais de Ginza existem inúmeras que diferem radicalmente da ideia que as pessoas devem transitar por esta área, com fachadas transparentes e vitrines; pelo contrário, encontramos edifícios sólidos e pouco atraentes. Ao encontrar o terreno em um desses locais sentimos que, em meio a essa área movimentada, seria necessário criar um edifício icônico que fizesse com que as pessoas olhassem para cima, como um campanário.
Projeto. Como possui condições muito restritivas, tentamos maximizar a área e a altura ao máximo. O edifício é dividido em dois volumes: um grande na parte posterior e outro mais fino na parte frontal, que se conecta à pequena ruela. No meio desses dois volumes há uma escada compacta que os conecta organicamente, já que cada um difere em altura. Ela serve como o espaço central naturalmente iluminado, onde os diferentes ambientes são vistos e também pode ser usada como um showroom de produtos para cada um dos inquilinos ou como um espaço de exposição devido à sua singularidade.
Solução técnica. Por não ser muito resistente e de difícil acesso devido à sua forma em L, o uso de uma estrutura de aço foi descartado desde os primeiros estágios, optando pelo concreto armado. Além disso, a base era limitada, portanto o edifício deveria ser o mais leve possível. Isso é resolvido projetando grandes aberturas e equilibrando sua posição para garantir cargas iguais no edifício. Essas aberturas no estreito hall de entrada tornam ainda mais evidente a sensação de um espaço preso em um beco. A escada, feita de aço e vidro, atua como uma junta de expansão entre os dois volumes de concreto, o que lhes permite trabalhar estruturalmente de forma independente.
O volume frontal, devido à sua proporção estreita e ao risco sísmico no Japão, é neutralizado com uma laje reforçada de 1,2 metros. A esbeltez é conscientemente aumentada pela adição de um terraço na cobertura, fechado por uma parede com perímetro de 2,4 metros, resultando em uma proporção muito incomum de 1: 7,7.
Percurso. Desde uma ruela cinza, você entra em outra, seguindo lentamente a luz enquanto sobe, olhando o céu através da claraboia até chegar ao topo, onde não há mais edifícios acima.