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Arquitetos: Steven Holl Architects
- Área: 6 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Richard Barnes
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Fabricantes: Concret Doctor, Fitzgerald Formliners
Descrição enviada pela equipe de projeto. Projetado por Edward Durrell Stone e inaugurado em 1971, o Centro John F. Kennedy para Artes Performáticas encontra-se implantado junto ao complexo Watergate em Washington D.C. Concebido para manter viva a memória do Presidente John F. Kennedy, o Kennedy Center para Artes Performáticas foi projetado para acolher diferentes tipos de eventos e espetáculos, se firmando como um espaço vibrante e dinâmico onde a comunidade local se encontra para celebrar os mais importantes artistas dos Estados Unidos e do mundo.
A nova expansão do Centro JFK, chamada de REACH e projetada por Steven Holl Architects, foi construída para acolher novas salas de ensaio, espaços educativos e uma variedade de espaços flexíveis que permitirão ao Kennedy Center continuar a desempenhar um importante papel dentro da cena artística e cultural. O projeto do REACH é uma fusão entre arquitetura e paisagem, um edifício que pretende expandir os limites de um memorial vibrante e ativo.
Conceitualmente, o projeto de paisagismo do REACH faz menção a importantes momentos da vida do Presidente John F. Kennedy: as trinta e cinco árvores do jardim, que cobrirão o gramado verde com suas folhas douradas no outono, são uma referência ao 35º Presidente dos Estados Unidos da América; enquanto o deck de mogno que paira sobre a superfície do espelho d'água foi construído com as mesmas dimensões do barco comandado por Kennedy da Segunda Guerra Mundial, o PT109.
Contrastando com o monumental edifício do Kennedy Center, projetado por Edward Durell Stone, os três pavilhões desenhados pelos arquitetos da Steven Holl são esparsos e fragmentados. A disposição destes volumes constroem uma nova relação espacial, um espaço ao ar livre que direciona as vistas para o Monumento a George Washington, ao Lincoln Memorial e as margens do rio Potomac. Por outro lado, os três pavilhões do REACH encontram-se interconectados por baixo do jardim suspenso, expandindo os espaços programáticos do Kennedy Center, adicionando mais de 6700 metros quadrados de salas de ensaio e performance além de espaços dedicados ao ensino e aprendizagem.
Incorporando um grande jardim suspenso na cobertura, a expansão do Kennedy Center oferecerá novas oportunidades para a comunidade local desfrutar da paisagem às margens do rio Potomac. Além disso, esta fusão entre interior e exterior, entre arquitetura e paisagem, faz do REACH um edifício profundamente integrado à paisagem do Watergate. Uma enorme tela de projeção permitirá aos visitantes assistir simultaneamente os espetáculos do lado de fora, ampliando a capacidade de público e democratizando o acesso a arte e a cultura. O jardim suspenso do Kennedy Center é a maior cobertura jardim da cidade de Washington, com aproximadamente 6400 metros quadrados.
Esta diversidade de espaços, interiores e exteriores, oferecerá novas oportunidades para a realização de apresentações e eventos casuais, proporcionando um maior envolvimento da comunidade local, fortalecendo a imagem institucional do Centro Kennedy como um importante centro cultural e artístico na cidade de Washington. Os edifícios de concreto branco estão profundamente conectados com a paisagem que eles ajudam a construir, curvando-se suavemente para permitir que a luz natural flua livremente para o interior. Visto de longe, os edifícios parecem volumes puros, mas a medida que nos aproximamos podemos perceber as ranhuras do concreto produzidas pelas fôrmas de madeira. Estes detalhes aproximam o projeto da escala humana, fazendo a conexão entre a magnitude da paisagem e a intimidade do indivíduo.
Embora formalmente estes volumes sejam todos diferentes, resistindo a qualquer definição geométrica, os três pavilhões conformam um conjunto coeso e ressonante. Eles se conectam através da linguagem formal de seções cônicas a paraboloides hiperbólicos, criando uma acústica visual que ecoa através do jardim. No interior do edifício, as superfícies de concreto assumem uma textura de papel amassado, integrando qualidades acústicas diretamente nas paredes estruturais.
A luz natural flui livremente pelo interior dos edifícios através de vidros translúcidos que difundem a luz do sol durante o dia e transformam o edifício em um farol durante a noite. Aberturas foram pensadas para fornecer vistas espetaculares tanto de dentro pra fora quanto de fora pra dentro, conectando desde o hall de entrada até os espaços de ensaio, do rio ao palco principal do auditório, incentivando a curiosidade e a interação entre o público e os artistas.
Com o REACH, a conexão entre o Kennedy Center e as margens do rio Potomac foi finalmente resgatada, mais de cinquenta anos depois de ter sido interrompida pelo projeto original de Stone. Uma nova passarela, que parece flutuar sobre o parque, permitirá acesso direto entre a Rock Creek e o Georgetown Waterfront. A nova expansão do Kennedy Center pretende trazer uma das principais instituições artísticas dos Estados Unidos para o século XXI, celebrando a memória do Presidente John F. Kennedy e as suas significativas contribuições para as artes e a cultura americana.