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Arquitetos: VAGA
- Área: 486 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Pedro Napolitano Prata
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em um lote de esquina com leve aclive e posicionado perpendicularmente a uma das principais vias de circulação no centro de Cesário Lange, cidade próxima à capital do estado de São Paulo, foram implantados cinco galpões para absorverem diversos tipos de usos comerciais e de serviços. O projeto teve como premissa inicial a flexibilidade, principalmente devido à indefinição dos usos que os módulos de pouco mais de 90 m² iriam abrigar.
Inicialmente, imaginou-se que esses galpões seriam ocupados por usos como loja de conveniência, marcenaria ou pequenas oficinas, mas não se sabia como o conjunto seria acolhido pela população da cidade. Para que essa incerteza não limitasse a comercialização dos espaços, o projeto de arquitetura teve como intenção ser o mais abrangente possível, permitindo uma gama diversa de usos e atividades. Atrelado a isso, foi considerado desde inicio o baixo custo para execução da obra estipulado pelo cliente que visava um investimento baixo e retorno financeiro rápido com a incorporação.
Desta forma, o projeto foi desenvolvido a partir de planos estruturais modulados de forma que os vãos entre eles fossem vencidos facilmente sem a necessidade de estruturas complexas, simplificando os apoios da cobertura e da laje do mezanino. Para ressaltar o partido estrutural e reduzir custo da obra, esses planos foram realizados em alvenaria estrutural de bloco de concreto aparente. Entre estes elementos, marcantes na composição arquitetônica, foram inseridas peças de tijolo de vidro e portas de aço de enrolar que cumprem com a função de acesso e iluminação natural sem a necessidade de caixilhos.
Na concepção da implantação, uma praça elevada foi posicionada no espaço da esquina, voltada à via de maior circulação e ao córrego, servindo diretamente o primeiro galpão que poderia ter a potencialidade de um uso singular associado diretamente ao espaço externo e à calçada. Os demais galpões têm os acessos independentes pela rua adjacente, de menor relevância urbanística. Após a conclusão da obra, observou-se um fato curioso. Como a edificação se destacou das demais construções da cidade de pouco menos de 20.000 habitantes e desprovida de edifícios com características semelhantes, os comércios que se apropriaram dos espaços foram de bares a lojas de roupas, diferente dos serviços considerados inicialmente.