- Área: 145 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Nelson Kon
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Fabricantes: Artecor Homewear, Cidade Jardim, Coberpool, Concresteel, Deca, Joshua Adegas Climatizadas, Kiko Esquadrias, Lauro Murakami, Logitec Projetos, Lumini, Moichi Ono Marcenaria, Ono Marcenaria, Palimanan, Pedras Bellas Artes
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizada em uma região muito especial da cidade de São Paulo, a família decidiu adquirir o terreno vizinho para ampliar seu jardim, construir espaços de lazer, convivência e abrigar parte da sua coleção de obras de arte.
Para atender este programa, o projeto arquitetônico deveria contemplar um pavilhão principal para abrigar uma sala multiuso, com espaço para assistir filmes, reunir amigos, obras de arte e uma ampla varanda. Nos desenvolvimentos dos estudos o programa foi evoluindo de forma que o RMAA projetou ainda um segundo volume, uma área coberta para churrasqueira e uma raia de 25m.
O partido adotado, de comum acordo com os clientes, foi o de projetar uma arquitetura que não tivesse nenhuma relação com a casa existente, não só nas suas formas, como também na materialidade. O objetivo era deixar claro as diferenças tanto de época como de função dos novos espaços. Buscou-se imprimir a sensação de estar em outro lugar, para a prática de outras atividades, mesmo fazendo parte da residência existente.
A inspiração foram as obras de arte. Esculturas, quadros e mobiles direcionaram os arquitetos a projetarem espaços de uma volumetria distinta, sem ângulos retos, cobertura inclinada, com aberturas surpreendentes e luz entrando pelo teto. Como resultado, foi projetado um volume principal para abrigar as atividades principais e uma varanda. Este volume de cobertura inclinada volta-se para os fundos do lote com sua fachada mais alta e para frente com sua face mais baixa, expondo para a rua o seu teto verde.
Um segundo volume aberto, implantado no fundo, tal qual uma edícula, contempla uma área com caráter gastronômico. Estes dois volumes são interligados por um grama e o pátio central, que surgem a partir do desenho entre os novos volumes e a residência.
Por fim projetamos a piscina/raia que ocupa toda a lateral direita do lote, percorrendo da frente aos fundos, rente ao muro de divisa. Este elemento exerce uma função também de espelho d’água, servindo de cenário refletindo os volumes ao seu redor.
Como o resultado do projeto definiu uma volumetria muito rica e movimentada, a opção foi pelo uso mínimo de materiais. O concreto aparente foi a escolha para atender as expectativas de uma relação suave com o externo e com a residência existente. Foi feita uma obra discreta em consideração à largura estreita da rua e o entorno verde. A cobertura verde com o lado mais baixo para a rua deu uma sensação de fachada verde e suavizou a altura do volume construído que volta sua parte mais alta para os fundos pouco visível do exterior.
Outro destaque fica por conta do espaço desenhado para acomodar a escultura de Maria Martins. Num ponto focal, a escultura teve sua implantação estudada para que fosse vista de diversos ângulos e uma iluminação que valorize ainda mais a cena ali criada.
O projeto conta com algumas soluções de automação para a programação de cenas de iluminação e também no auxílio de multimídia. O piso de mosaico português foi desenhado pelo artista plástico Sérgio Fingermann. No conjunto desta intervenção, a proposta surgiu da necessidade de resolver um acesso de veículos (mesmo que de uso esporádico) existente nos fundos.
Este passeio, que faz parte da composição do jardim e do pátio externo gramado, exigiu um desenho de piso especial que formou um conjunto com os grandes cacos de pedra-mineira. O mosaico português, elaborado por Sérgio Fingermann, foi acompanhado em obra de perto pelo o artista e os arquitetos, para garantir a maior exatidão do desenho.