- Área: 269 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Gustavo Frittegotto, Luciano Navarini
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Fabricantes: Aluar, Deckar, FV, Industrias Brafh, Sanitarios Ferrum
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa se encontra na borda de um antigo monte de eucaliptos próximo ao rio Paraná (originalmente pensado para um uso produtivo), que foi destinado recentemente ao uso residencial. A sobreposição entre as lógicas espaciais de uma antiga plantação e as demandas residenciais contemporâneas, define o principal desafio do projeto. A análise do florestamento existente no terreno determina uma área onde se pode implantar a casa a partir de uma estreita relação entre a geometria da mesma e a posição das árvores.
A residência se desenvolve em um pavimento único e duas pequenas alturas. A proporção horizontal da casa estabelece um contraste e um tensionamento com a marcante verticalidade da floresta. A estratégia projetual consistiu em fragmentar o programa em volumes ortogonais menores e usos mais privados, ou secundários. Estes volumes são posicionados em diversos ângulos (evitando as árvores existentes) e deixam no centro uma ampla área irregular e de grande altura (destinada a cozinha e salas de estar e jantar) que é o coração espacial e social da casa.
No perímetro, os ângulos irregulares que o encontro desses volumes deixam são destinados a espaços intermediários entre interior e exterior da residência, seja em forma de pátios - que incluem algumas árvores existentes -, ou como galerias semi-cobertas. Uma cobertura simples em duas águas e de livre escorrimento define o perfil superior do volume, que vai alcançando diversas alturas à medida que a forma das paredes e do teto se intersectam. O ponto mais alto da cumeeira se localiza sobre a sala de estar e define a generosa espacialidade interna do ambiente principal da casa.
Para o exterior da casa utilizou-se um reboco preto que se integra melhor com a escuridão da floresta e que terá um bom envelhecimento, considerando a umidade e serapilheira próprias do local. Na parte interna, as paredes brancas geram vistas e perspectivas oblíquas e inesperadas. O teto também é branco, alto e luminoso. Entrar na casa é quase como encontrar um clarão em meio à floresta, encontrar novamente o céu no interior.