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Arquitetos: White Cube Atelier
- Área: 900 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Farshid Nasrabadi
Descrição enviada pela equipe de projeto. Implantado em pleno centro da cidade fronteiriça de Maku, no Irã, em um pequeno terreno de nove metros de frente e vinte e dois metros de profundidade, o Ham-Sayeye-Park foi projetado e construído para substituir a antiga residência unifamiliar onde habitava nosso cliente. O maior desafio deste projeto surgiu exatamente devido a sua localização no tecido urbano de Maku, ao lado de um generoso parque público. A conexão direta com o parque fez com que os arquitetos optassem por transformar a lateral do edifício em uma segunda frente, criando novas relações entre o parque e o espaço construído. Isso porque o parque também se beneficia da relação direta com a arquitetura do edifício, o qual proteja a praça do sol forte de verão no final da tarde para que as crianças possam brincar à sombra e ao alcance dos olhos dos pais.
A sua arquitetura singela, definida por uma seleta paleta de materiais e alguns poucos detalhes construtivos mais elaborados, revelam uma preocupação maior dos arquitetos para com outras questões mais abrangentes, como as relações diretas e indiretas entre a arquitetura e o espaço público. O principal objetivo deste projeto era incorporar todas as suas complexidades e transformá-las em algo aparentemente simples. A organização dos espaços responde diretamente as relações que pretendíamos criar com o parque, abrindo-se a ele mas sem abrir mão da intimidade de seus espaços interiores. Neste sentido as varandas desempenham um papel crucial na mediação das relações entre os espaços internos e exteriores, operando como um espaço flexível que tanto aproxima quanto resguarda os moradores da área verde do parque. Finalmente, o edifício se materializa como um volume coeso, com cada abertura, recuo e balanço cuidadosamente e milimetricamente planejados.
No total, o edifício conta com 900 m² distribuídos em cinco pavimento, incluindo uma área de uso comum aberta no térreo e um estacionamento. No 1º e 2º pavimentos, os apartamentos constroem relações diretas com o parque, enriquecendo as interações humanas entre o espaço público e privado. No 3º e 4º pavimentos encontra-se o apartamento dúplex, que através de vazios internos permite uma melhor iluminação natural de seus espaços além de proporcionar impressionantes vistas para o parque o parque e a cidade.
Cada espaço interior foi concebido para aproveitar ao máximo os benefícios da relação direta com o parque. Além disso, suas grandes aberturas permitem uma ampla iluminação e ventilação natural do interior dos apartamentos. Assim como a escada do edifício foi acabada em madeira de carvalho, todos os detalhes das áreas comuns fortalecem uma sensação de continuidade entre os espaços coletivos do edifício. Os interiores dos apartamentos foram pensados como espaços aconchegantes e generosos, onde os moradores podem desfrutar de toda a abertura e conexão visual com o parque sem abrir mão da sua intimidade.
A caixa de circulação vertical culmina em um espaço anexo na cobertura, incorporando sua volumetria de forma harmônica à arquitetura do edifício. Este espaço funciona como uma espécie de mirante desde onde é possível apreciar as deslumbrantes vistas para a cidade e as montanhas. Finalmente, a aparência do edifício é um reflexo de seus espaços interiores, uma forma simples que não procura impor-se ao caos do contexto urbano, mas adequar-se à ele.
Com superfícies brancas e linhas singelas, sua arquitetura se destaca em um contexto confuso e carregado. Os painéis de fachada foram concebidos segundo uma modulação padrão que também é replicada para posicionar as aberturas e recuos. Todos os apartamentos contam com generosos espaços abertos e varandas, elementos que além de ampliar a sensação de espaço, funcionam como um elemento de transição entre a esfera pública e privada.