Descrição enviada pela equipe de projeto. Dar uma nova oportunidade a uma ruína com uma cobertura colapsada após um incêndio, em meados dos anos 90 do século passado, foi o ponto de partida de desenho desta casa. Com uma implantação singular, fora de escala, numa espécie terra de ninguém entre eixos viários de passagem intensa a diferentes cotas, uma área verde terra de ninguém, uma área comercial, uma vista mar sobre o casario denso e desorganizado de fronteira a sul com o oceano atlântico, e outra sobre a montanha a nascente e a poente com cidade a intervenção teve de ser necessariamente vasta.
A primeira operação passou por uma validação da estrutura que foi integralmente revista e reforçada. Pensada de dentro para fora e tentando preservar ao máximo a privacidade num local tão sui generis as vistas e relações directas com o mar, serra e cidade abriram espaço a repens ar toda uma estratégia de vãos exteriores e um pátio vertical a nascente e um horizontal que ocupa a cobertura a poente e permite relação com cidade de ponta delgada. De forma a anular a volumetria de base quase quadrangular com 14m de lado distribuídos em dois pisos com pés direitos generosos adicionou se uma cobertura de 4 águas em plano e acabamento contínuo com as paredes da casa que recebeu esta nova pele.
O uso da madeira de criptómeria japónica em pontos chave da casa e com o objetivo de acusar a passagem do tempo oxidando e perdendo o tom mais amarelo por oposição ao sistema mais artificial de isolamento proposto quis anular o lado mais abstrato do volume puro branco. De branco quase brilhante a casa assume o seu lugar neste sítio e espreita a realidade sem nunca se denunciar.