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Arquitetos: ARCHSLON, Niko Architect
- Área: 300 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Vasiliy Khurtin, Sergey Ananiev
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Fabricantes: Antonio Lupi, B&B Italia, Cattelan Italia, Ceadesign, Ceccotti Collezioni, Flexform, Focus, Meridiani, Poliform, Walter Knoll
Descrição enviada pela equipe de projeto. Como resultado da inexpressividade de seu entorno urbano, este projeto busca inventar seu próprio contexto, construindo artificialmente uma paisagem que acolhe e define a própria arquitetura do edifício. Trata-se de construir um diálogo entre a arquitetura e a paisagem onde antes não havia nem uma coisa, nem outra. Desta maneira, os arquitetos buscaram inspiração no próprio programa do edifício, na organização e no uso dos espaços da casa. Como resultado disso, o que se apresenta é uma casa na paisagem, ou seja, não apenas construída sobre a paisagem mas em vez disso, dentro dela.
Isso significa que o projeto arquitetônico foi desenvolvido de fora para dentro, uma estrutura orgânica que encontra-se profundamente conectada com a materialidade do terreno a tal ponto que é difícil definir onde um começa e onde o outro termina. A casa é composta por uma série de elementos temporários e permanentes, uma estrutura mutável que se transforma com o tempo assim como a própria natureza que é definida pela arquitetura e ao mesmo tempo, se apropria dela sem pedir passagem.
A estrutura aparente da casa funciona como uma extensão natural desta nova geografia criada pelo homem. Ao mesmo tempo, os espaços programáticos da casa, embora separados, formam um todo coeso, transpondo os limites entre os espaços, entre o interior e o exterior e finalmente, entre a arquitetura e a paisagem. Uma arquitetura que se desenvolve livremente, tão espontaneamente como a natureza se apropria dela. Formalmente, o projeto foi concebido de forma a proteger a intimidade de seus espaços - interiores e exteriores - do contato visual direto com seus vizinhos imediatos, construindo um espaço aberto privado e protegido pela natureza.
Como um organismo vivo em simbiose, arquitetura e paisagem encontram-se em perfeita harmonia: os espaços interiores parecem brotar do jardim enquanto a natureza cria as condições ideais para acolher cada função da casa. A continuidade dos espaços abertos e fechados, que flui do edifício para a paisagem e da paisagem para o edifício, é potencializada com a inserção de uma cobertura jardim acessível. Ampliando ainda mais esta sensação de proximidade entre o espaço construído e natural, uma série de aberturas zenitais foram criadas para melhor iluminar e ventilar os espaços interiores.
Como uma nave espacial futurista, a arquitetura funciona como uma extensão natural da paisagem, uma paisagem construída pelo homem. Os espaços interiores foram projetados como uma grande "galeria doméstica", ou um espaço de vida contínuo e profundamente conectado com a paisagem. A estrutura do edifício funciona como um pano de fundo para a vida da família enquanto cada item de mobiliário foi concebido como uma obra de arte nesta galeria da vida doméstica. As janelas panorâmicas moldadas in loco na estrutura das paredes da casa, procuram ampliar as relações entre interior e exterior enquanto moldam e constroem a paisagem que por sua vez, dá forma à arquitetura do edifício.