- Área: 420 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Federico Cairoli
Uma pergunta
A sede da Fundação El Gran Vidrio possui um restaurante e um espaço para produção, discussão, exposição e venda de arte contemporânea. O projeto de reforma da galeria envolveu, antes de tudo, questionar se era necessário introduzir modificações em um espaço que anteriormente era extraordinário. Uma planta retangular de 18 x 14 m, sem pilares intermediários, coberta por uma estrutura metálica, definia um salão de exposições que não escondia as reminiscências de um antigo estacionamento. A intervenção do salão, que nos últimos anos ganhou um lugar de destaque no cenário da produção cultural e disseminação da cidade, tentaria apenas reforçar seus atributos espaciais, melhorar sua infraestrutura técnica e possibilitar novas rotas e alternativas de montagem para artistas e curadores.
Um costume
O objetivo inicial do projeto era transformar um armazém estreito localizado na sala dos fundos em uma sala de eventos e expansão de restaurantes. Como acessar esse espaço da entrada principal significava atravessar a galeria, criamos uma passarela metálica que corta o espaço da exposição, conectando o restaurante ao novo salão de eventos.
Uma peça
Duas vigas reticuladas superam quatorze metros de luz, enquanto resolvem a passarela, revestida externamente com lençol branco para minimizar seu impacto visual na sala. Uma escada composta por pedaços de concreto pré-moldado é implantada no lugar de um pequeno armazém de cozinha, dando acesso a um andar alto que tem duas alas paralelas conectadas pelo corredor. Em um extremo, um estudo futuro para os moradores da fundação; na outra, uma sala alongada, equipada com uma área de apoio à cozinha, projetada para funcionar como ampliação do restaurante, como espaço para eventos sociais ou também como espaço para exposições; entre eles, o grande vácuo central da sala, emoldurado por um pequeno conjunto de aberturas fixas. Dessa forma, a passarela permite que os novos programas funcionem independentemente da galeria e, ao mesmo tempo, abre vistas e rotas aéreas da sala de exposições, possibilitando novas possibilidades de montagem no grande volume da sala.
Uma série de pequenas coisas
O restante do projeto consiste em um conjunto de melhorias no salão de exposições. Primeiro, as superfícies dos dois pisos são unificadas, removendo a tinta epóxi do piso do antigo estacionamento, através de um processo de polimento que retira um conjunto de concretos de cores e grãos diversos. Em segundo lugar, uma nova instalação de iluminação permite a iluminação homogênea e oportuna da sala, com base em um sistema de trilhos eletrificados suspensos a seis metros de altura. Alinhado à borda superior das paredes, esse sistema produz um destaque dos planos suspensos em relação à estrutura metálica existente.
Por fim, localizadas nas paredes curtas da sala, duas paredes duplas resolvem as infra-estruturas pluviais e elétricas e o fechamento das aberturas na rua, ganhando assim grandes superfícies suspensas. As colunas desnecessárias são removidas na parede de alvenaria de suporte e as áreas envidraçadas da sala dos fundos são substancialmente reduzidas. Com essas operações, os quatro planos de gabinete vertical da sala são livres de interferências, oferecendo mais de 350 m2 de paredes contínuas para a montagem das obras.
