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Arquitectos: Domper Domingo Arquitectos
- Área: 4543 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Simón García
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Fabricantes: Cortizo, GLS prefabricados, Geo Hidrol, Luxiona, Terapia Urbana
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício se desenvolve em um bloco de residências multifamiliar, organizado em quatro pavimentos acima do solo e dois pavimentos abaixo do solo. O bloco é composto por 15 residências localizadas no térreo e demais pavimentos elevados; por três locais no térreo e semi-subsolo; e por uma área de garagens e depósito localizada no semi-subsolo e subsolo. A estratégia de projeto nasce das três condicionantes fundamentais impostas pela implantação: a situação urbana de limite, a diferença de nível entre os acessos e a preservação do valor histórico-patrimonial do edifício preexistente. Frente a tais condicionantes, se estabelecem os critérios ou ações de projeto:
A situação limite é resolvida procurando a permeabilidade dessa condição; um novo "ponto de contato" foi criado entre a nova cidade (Avda. del Pilar) e a cidade antiga (Miguel Servet). Esta nova abertura tenta melhorar a situação de isolamento da área central da rua Miguel Servet (evidente na falta de comércio, de moradias ocupadas, etc). A ideia de tornar o edifício permeável ao tráfego de pedestres deve ser compatibilizada com a diferença de nível entre as cotas das duas vias. Para tanto, este "cruzamento" será tratado procurando a dimensão urbana da sequência de elementos que o compõem: a passagem, a praça (pátio), os degraus (escadas) e os terraços (patamares). Esta sequência que atravessa o edifício reforça a ideia de continuidade do espaço urbano e, portanto, a permeabilidade do limite.
Por outro lado, a intervenção pretende valorizar a edificação preexistente; não só como um restauro material das fachadas, mas também como um "voltar a habitar" a edificação para seu uso original (casa nobre), entendendo a essência de seus elementos e resgatando-os ao estado de "carga de uso" para que foram construídos. Esta estratégia deriva várias decisões concretas de projeto: manter a "essência espacial" da casa nobre e valorizar as fachadas. Antes do desenvolvimento de um espaço destinado ao uso público, valorizou-se a possibilidade de consolidar este espaço com a edificação anexa à Casa Torrero considerada em uma fase de projeto do mesmo por parte da propriedade. Hoje em dia, é possível relacionar o esvaziamento deste espaço para uso público com a evolução histórica da cidade, valorizando o antigo traçado da muralha cristã medieval.
Um dos principais pontos a se levar em conta no desenvolvimento do projeto é a presença da muralha cristã medieval no limite norte da região, a parte mais alta da muralha situa-se à mesma altura altimétrica da calçada da Avenida del Pilar. Sendo um espaço entendido como uma ampliação a Avenida, e dando vazão ao fluxo de pedestres em direção à rua Miguel Servet, e voltando-se ao interior do Edifício Torrero, implanta-se uma plataforma coincidente com a inclinação atual da Avenida del Pilar, com a mesma pavimentação utilizada no espaço externo no térreo do edifício Torrero, que conecta com a rua Miguel Servet, para dar continuidade ao fluxo de pedestres proposto.
Sobre essa plataforma e com o objetivo de poder visualizar a muralha existente, antiga base de fundação do edifício, gerou-se um plano a uma altura inferior, simulando a escavação do terreno, para poder ver a fundação do edifício, e isso foi possível a partir de taludes que incluirão o mobiliário urbano de tal espaço. Na intersecção entre a plataforma contínua de pavimento em azulejo boira colorido e a escavação pavimentada com borracha contínua, surge um elemento que será o mobiliário urbano, nascido como um revestimento vertical, com uma altura máxima de 60 cm no ponto mais alto, materializado com uma folha de material metálico como o aço Corten.