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Arquitetos: Paulo Martins
- Área: 2543 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Ivo Tavares Studio
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Fabricantes: Efapel, Technal
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este armazém industrial está localizado em Águeda, Portugal, numa zona sem referências arquitectónicas e rodeado de paisagem florestal.
Sem referências relevantes e com um programa que se resume a uma zona de armazém de produto acabado, zona de cargas e zona de escritórios, a proposta pretende reflectir a simplicidade da solução, face à simplicidade dos requisitos.
Partindo da volumetria que nos permite usar o máximo de área destinada a armazém (função principal), um rectângulo, reservamos uma fracção desse espaço para os escritórios, na zona mais próxima da entrada. Essa zona de escritórios é a zona que marca a entrada do edifício, enquanto elemento de excepção, sendo que toda a volumetria é um elemento monolítico, simples e despretensioso.
Esse elemento de excepção surge na sequência da deformação do volume original, inspirado numa das técnicas usadas pela empresa no fabrico de bases de duche e banheiras, o vacuum forming. Esta deformação assume uma linguagem plástica muito forte, acentuada pelo uso da cor branca, por contraste ao cinza escuro do restante pavilhão e à semelhança da cor esbranquiçada que os materiais plásticos adquirem ao serem deformados. Igualmente deformada fica a malha quadriculada, originalmente sobreposta na volumetria, assumindo uma linguagem que acentua a deformação e cria uma dinâmica visual e formal que reforça o carácter humanizado dos escritórios.
Dando continuidade à linguagem usada no exterior, os materiais usados no interior são uniformes e com tonalidades neutras, sendo que um toque de aconchego é conseguido através do uso de madeira de carvalho, dando um carácter mais doméstico ao espaço, mas sem cortar contacto com a função principal, a de pavilhão industrial. Por esse motivo, existe um permanente contacto visual com o pavilhão e com a sua função de armazém, contacto esse que é levado ao extremo por uma enorme e contínua parede envidraçada na zona de recepção, assumindo contornos de exibicionismo e brio profissional. Estes momentos são repetidos ao longo da intervenção, de destacar também a janela da copa, semelhante a um quadro em movimento.
É um pavilhão cuja formalização assenta em contrastes, enquanto forma de valorização e humanização dos espaços, sejam eles industriais, comerciais ou habitacionais.