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Arquitetos: João Tiago Aguiar, Arquitectos
- Área: 270 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Descrição enviada pela equipe de projeto. O apartamento em questão localiza-se num prédio situado junto ao Parque Eduardo Sétimo, no centro de Lisboa. A fracção encontrava-se ocupada por um escritório que tinha já desvirtuado as características originais do apartamento.
A proposta passou por organizar a zona social em dois eixos, apoiando-se na estrutura de circulação existente: de um lado uma área de refeições e cozinha, no mesmo alinhamento, e do outro lado um corredor principal que distribui para as salas e quartos. Propuseram-se duas salas; uma sala de estar e de tv, sobre o alçado tardoz, e uma sala principal, de grandes dimensões, sobre o alçado frontal, criada a partir da junção de várias divisões. A sala de tv possui uma estante que engloba várias funções, desde recuperador de calor, a equipamento multimédia, prateleiras e ainda alguns arrumos abertos e fechados.
A ala da cozinha é complementada por uma lavandaria e um quarto de serviço, com uma instalação sanitária revestida a mosaico hidráulico, na continuidade do pavimento da própria cozinha. O conceito da continuidade e interligação dos espaços é também desenvolvido com o prolongar dos armários desde o hall até à cozinha, fazendo sobressair a profundidade do espaço.
No corredor principal, levou-se ao extremo a colocação de lanternins de iluminação zenital, criando-se uma bateria destas pirâmides truncadas esculpidas no tecto falso, que marcam o ritmo ao longo do apartamento.
De forma a conciliar a arquitectura original do apartamento e a nova intervenção, adoptou-se uma linguagem estética distinta para as áreas mais alteradas. Enquanto que o pavimento original em tacos foi todo recuperado, bem como as sancas, rodapés e portas originais, já as portas novas foram colocadas à face das paredes, dissimuladas, sem puxadores. Esta mesma linguagem minimalista é adoptada nas áreas profundamente alteradas tais como cozinhas, casas de banho e armários, de forma a ficar sempre em harmonia com os elementos existentes e de forma a valorizá-los.