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Arquitetos: Goma Oficina
- Área: 180 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Rafaela Netto
Descrição enviada pela equipe de projeto. O pavilhão Gife foi idealizado como suporte expográfico para a Mostra Gife, exposta no CCSP em Setembro. A solução expográfica deveria considerar, além da montagem no Centro Cultural, a possibilidade de itinerância, em diferentes configurações que se adequassem aos novos lugares, ainda incertos à época do projeto, ao mesmo tempo, era necessário que estivesse muito bem inserido no contexto do CCSP.
Para solucionar a reconfigurabilidade do pavilhão adotamos um sistema modular de alumínio extrudado e ranhurado, com conectores móveis. Esse sistema permitiu a criação de um grid ortogonal e genérico, onde seria possível a disposição do conteúdo em diferentes montagens.
A intenção foi de criar um espaço de convergência e uma experiência de introspecção que abrigasse o conteúdo da mostra. Uma envoltória elíptica em tela agrícola aluminizada foi o elemento escolhido para a definição do limite e organicidade ao pavilhão. A independência entre a estrutura e vedação ressaltam as possibilidades de variações geométricas para essa envoltória, dependendo da situação em que tenha que ser redesenhada. A tela agrícola atendia às nossas expectativas com relação à compactabilidade e leveza - muitos metros lineares podem ser enrolados sem problema em bobinas de diâmetro relativamente reduzidos - e com relação ao equilíbrio entre opacidade e translucidez que desejávamos.
O sistema construtivo adotado para a estrutura foi um sistema particularmente utilizado no equipamento de linhas de montagem, na fabricação de esteiras, racks, e outros dispositivos automatizados e mecânicos. O deslocamento de função desse sistema para a criação de espaço construído foi o principal desafio do projeto. Porém, já imaginávamos a coerência de sua utilização para a situação em questão, atendendo a racionalização da fabricação montagem e desmontagem, e permitindo a reutilização dos componentes nas possíveis variações de configuração, sem a implicação de esforços destrutivos e sem a geração de resíduos.
Para isso contamos com um processo de prototipagem e pré-fabricação que durou o mês que antecedeu a montagem. Durante esse processo foi possível experimentar e corrigir o projeto, em tempo real, realizar testes de comportamento estrutural, e compreender o esforço e recurso humano necessário para a montagem e desmontagem do pavilhão. Essa etapa do trabalho, foi denominada Fábrica e teve lugar na galeria Mário Schenberg, cedida pela FUNARTE.
A Fábrica foi a principal ferramenta de inteligência para o desenvolvimento dessa aplicação para a tecnologia em questão. Levando em conta sobretudo o aprendizado e troca entre os projetistas/arquitetos, que também eram os montadores. A montagem da estrutura foi realizada em aproximadamente seis horas (para uma área de 180m2), com uma equipe de 10 pessoas. A desmontagem completa levou menos que quatro horas.