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Arquitetos: Bates Masi + Architects
- Área: 464 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Bates Masi + Architects
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Fabricantes: Blanco, Bosch, Fleetwood, InSinkErator, Kohler, Miele, Stuv, Subzero/Wolf, VALVO, Waterworks, Wyeth, Zuma
Descrição enviada pela equipe de projeto. Frequentemente, a resposta da arquitetura a locais propensos a inundações é alterar projetos e métodos convencionais para atender aos requisitos de proteção contra inundações, mascarando o problema da melhor maneira possível. Por outro lado, o desenho desse terreno com vista para um lago e o oceano celebra o aumento periódico dos níveis de água. Em vez de ocultar as medidas de prevenção de danos causados pelas inundações, o projeto as aproveita, adotando assim a dualidade da paisagem das zonas úmidas para entrelaçar a natureza e a forma construída.
A residência, a piscina e os decks são elevados e separados para permitir que as águas fluam ao redor e entre eles, reduzindo assim a pressão hidrodinâmica potencialmente prejudicial das inundações costeiras. Assim, a casa se torna uma série de volumes verticais a partir dos quais se observa a vista do oceano, o campo e o próprio plano dinâmico do solo. Dessa forma, as inundações se tornam um evento não ameaçador, mas sim, uma mudança periódica no relacionamento da casa com o solo. Das pontes envidraçadas que conectam os volumes, pode-se apreciar os espaços entre eles, sejam inundados em períodos chuvosos ou interconectados por fluxos de plantações nativas nos períodos mais secos.
A composição dos volumes na paisagem é guiada pelo programa e pelo contexto circundante. As orientações de cada volume são influenciadas pelo desejo de vistas do oceano ou vistas da paisagem e respondem ao uso que ocorre dentro deles. Programaticamente, os espaços são separados buscando o máximo de privacidade possível, quatro quartos de hóspedes são separados das áreas de estar e da suíte master. Os espaços comuns têm flexibilidade para fluir para o exterior e se estender para decks elevados por meio de portas de vidro deslizantes de altura total.
A localização da edificação, abrangendo as paisagens agrárias e costeiras, inspirou a articulação do revestimento de madeira. O desenho remete às estruturas vernaculares próximas, enquanto sua composição em duas camadas permite o controle seletivo de sua opacidade. No nível do solo, as placas são omitidas e as ripas formam uma tela aberta para permitir que a água flua através dela, de acordo com os regulamentos da FEMA. Acima, tábuas e ripas sobrepostas são opacas para trazer privacidade. Na linha do telhado, as ripas são omitidas para permitir que a luz seja filtrada entre as placas. As transições entre as diferentes opacidades ocorrem ao longo de linhas horizontais de referência que circundam as torres, rompendo a verticalidade das fachadas e fazendo referência às linhas deixadas pela flutuação dos níveis da água.
A linguagem expressa pelo revestimento exterior também se traduz no desenho dos espaços interiores. As linhas horizontais de referência são transcritas visualmente nas paredes interiores por meio de transições de material para acabamentos interiores e revestimentos de paredes. As paredes revestidas de madeira no primeiro nível passam para paredes marcadas com luz nos pavimentos superiores. Essa conexão visual expressa a relação perfeita entre o interior e o exterior à medida que se percorre pela casa.
Ao criar uma relação homogênea entre a arquitetura e a natureza, o usuário é constantemente lembrado do lugar em que reside. Os elementos naturais são convidados para o lar e são vivenciados diariamente, tornando-se parte da vida cotidiana.