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Arquitetos: Lins Arquitetos Associados
- Área: 9815 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Joana França
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Fabricantes: Hunter Douglas, Arte carpintaria, Musa Estruturas Metálicas, Sr. Jaime, Via da Luz
Descrição enviada pela equipe de projeto. O conjunto de salas de aula e laboratórios para o campus lagoa seca da Unileão está implantado entre dois edifícios pré-existentes, o que exigiu da intervenção, além do programa didático, a integração de todo o campus. Para tanto, foram edificados quatro pavilhões que articulam no terreno os jardins e as áreas de convivência.
O projeto se guia na diretriz institucional de fomentar as trocas além do tradicional ambiente didático, o que se traduz em qualificar todos os espaços, garantindo a permanência, as relações informais e, sobretudo, a imprevisibilidade dos usos.
Cada bloco tem três pisos, o térreo e dois pavimentos superiores, em que se distribui o programa de necessidades: laboratórios, quiosques e auditório no térreo e salas de aula nos dois pavimentos superiores. A edificação obedece a uma trama estrutural de eixos bem definidos e os blocos são deslocados entre si para formar pátios cobertos. Os materiais utilizados contribuem com o melhoramento do conforto térmico: alvenaria dobrada nas fachadas nascente e poente, textura branca, madeira, piso industrial e ladrilho hidráulico.
A orientação do conjunto é justificada pela insolação e conformação com a topografia, o que também possibilita a captação dos ventos para os ambientes. Sendo as salas equipadas de janelas altas em lados opostos, é favorecida a técnica de ventilação cruzada, independendo do uso de ar-condicionado para longa permanência das pessoas.
No afastamento entre os blocos pergolados em estrutura metálica e réguas de madeira são protegidos por telhas translúcidas que permitem a exaustão do ar quente. Esses elementos filtram a insolação excessiva e protegem os acessos (passarelas, escadas e rampa). Esse espaço livre também desobstrui a passagem natural do vento, beneficiado pelos generosos jardins internos que umidificam e resfriam o ar, criando um microclima mais ameno em oposição ao extremo climático do sertão cearense.
A criação de vazios no edifício dá suporte aos diversos usos não previstos, sobretudo no ambiente acadêmico, como um convite aos usuários para manifestação das artes, a convivência e o contato informal.
A escada plissada expõe a aparência natural do concreto em contraste aos pilares revestidos de ladrilho hidráulico, cujos padrões fortalecem o regionalismo e a produção local.
O desenho dos guarda corpos fazem referência à composição mondriânica, paginados em módulos rotacionados e/ou espelhados formando um arranjo dinâmico. Foram fabricados em peças metálicas produzidas em série, característica que reduziu os custos finais de execução.
Por todo o conjunto foram dispostos mobiliários: mesas de concreto e bancos revestidos também em ladrilho hidráulico. A “Praça das Carnaúbas” antecede os pavilhões e faz a integração do conjunto edificado, sendo uma praça de passagem e possíveis encontros. O programa também contemplou uma coberta borboleta com telhas termoacústicas sobre o mobiliário de apoio aos quiosques. Como o próprio nome aponta, o paisagismo se articula a partir das Carnaúbas, palmeira de porte elegante que ocorre em abundância no estado.