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Arquitetos: Estúdio Chão
- Área: 20500 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Renato Mangolin, Diego Padilha
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em dezembro de 2018, a Praça XV, palco das mais importantes manifestações da vida cultural e política do Rio de Janeiro, foi ocupada durante todo um final de semana por uma intensa programação de atividades culturais e educativas nos campos da arte, esporte e tecnologia. Realizado pela Rio de Negócios com patrocínio cultural da Oi e Oi Futuro, o evento recebeu um público de mais de 36.000 pessoas em 97 horas de programação aberta e gratuita, com a colaboração de mais de 395 artistas, esportistas, empreendedores e comunicadores. A ocupação, concebida em estreita colaboração com a arquitetura, passou a assumir o caráter de um festival, em que o próprio espaço público e a cultura urbana servissem de nexo para a programação.
Com o objetivo de abrigar a grande diversidade e simultaneidade de ações, e ao mesmo tempo operar em diálogo com a situação urbana privilegiada, concebemos a arquitetura do evento como uma cidadela efêmera sobreposta à praça, seus fluxos e seus marcos – Paço Imperial, Chafariz do Mestre Valentin, estação das Barcas, Bulevar Olímpico. Uma nova camada de usos e fluxos que, durante dois dias, reapresentasse a praça, abrindo novos caminhos e perspectivas, potencializando ocupações pré-existentes – como o Coletivo XV de skate – e revelando novas relações possíveis em uma escala de proximidade mais humana.
Um contraponto às rotineiras ocupações de eventos, nessa e em demais praças da cidade, frequentemente invasivas e desatentas às singularidades urbanas. As variadas estruturas, todas em estrutura tubular, foram pensadas para abrigar a diversidade de atividades, tais como shows, palestras, oficinas, apresentações de rua e skate. Assim, serviram também como ensaios de experimentação formal e construtiva a partir de um leque restrito de componentes que ressaltam seu caráter efêmero. As vedações leves e fechamentos em lonas ortofônicas e telas agrícolas foram pensados para atenuar o forte sol do verão e ao mesmo tempo potencializar a forte linguagem da estrutura de suporte.
O mesmo sistema foi usado como suporte para mobiliário e áreas de encontro, de estar e de brincar. Sem qualquer tipo de separação de ambiência, climática ou de piso, cada um dos espaços foi concebido como um convite para se desfrutar e celebrar o estar na praça. Em tempos de descrédito e marginalização política do espaço público, a ocupação Conexidade serve como um potente catalisador de encontros da vida urbana.
Uma expressão coletiva da rua, sobre a rua, na rua.