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Arquitetos: moarqs
- Área: 383 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Albano Garcia, Javier Agustin Rojas
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Fabricantes: 3M, A.D. Barbieri, Ariston, BGH, Hunter Douglas Perú, Knauf, Paneles solares Solartec, Saint Gobain Isover, VASA
Descrição enviada pela equipe de projeto. A obra está localizada na fronteira sul da cidade de Buenos Aires, dentro do casco antigo, no bairro de Barracas, no distrito das artes, no limite com os bairros de San Telmo e Constitución. A casa se desenvolve afirmando categoricamente as características da vida na cidade, promovendo, a partir da arquitetura, a ideia de uma cidade compacta e densa. O zoneamento previsto no código de planejamento urbano vigente é APH1 14. A casa existente foi construída antes de 1920, de acordo com o plano elaborado por Aguas Argentinas em 4 de agosto de 1920. Nos propusemos a intervir com a premissa da recuperação e restauração da peça arquitetônica, buscando a revalorização de seu caráter simbólico como parte do tecido urbano, considerando com atenção especial as adequações para o uso doméstico contemporâneo, mantendo seu caráter.
A edificação existente era uma residência de aluguel, que seguia a tipologia "casa chorizo" conformada a partir de dois pátios. Essa tipologia apresenta uma unidade residencial à frente, e outros dormitórios de aluguel orientados ao interior da quadra. Na residência principal encontrou-se a melhor qualidade construtiva e maiores detalhes de acabamentos característicos da época de construção, tais como peças de ferro, detalhes em gesso, etc. Esta parte do edifício, por ter melhor qualidade construtiva, se encontrava em melhor estado de conservação em relação aos dormitórios de aluguel. A intervenção, portanto, consiste em conservar os ambientes ao redor do primeiro pátio como áreas sociais da nova casa, demolir os dormitórios posteriores, que estavam em mau estado de conservação, gerando um jardim, e construir um novo andar no primeiro pavimento, onde se desenvolveria o setor dos dormitórios. Esta decisão de projeto gera, além de uma ampliação no espaço urbano do pulmão no centro da quadra, incrementa a área de terreno natural absorvente. A construção da nova obra na parte superior do edifício é recuada em relação à linha oficial de limite para não ser visível desde a rua.
A nova intervenção foi realizada sem imitar as formas de construção originais, nem a linguagem histórica. A mesma foi construída com um sistema leve a seco, com estrutura metálica. Os dormitórios se abrem para o norte e um beiral de 80 cm de profundidade com um sistema de persianas permite gerar a proteção solar necessária no verão, e, ao mesmo tempo, a captação e ganho de sol no inverno. Todos os pisos, tanto os de calcário, quanto os de pinho, foram recuperados e restaurados. As instalações tradicionais foram complementadas com painéis solares para a geração de energia elétrica, e painéis térmicos para o aquecimento de água sanitária.