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Arquitetos: AToT - Arquitectos Todo Terreno
- Área: 88 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Joaquin Portela
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Fabricantes: Acier, Aluar, Maderera Newton
Descrição enviada pela equipe de projeto. Perto do delta do Tigre, a casa tem a particularidade de estar localizada em uma área de inundação, com canais internos e uma floresta que invade o todo, mas está do lado continental.
A paisagem circundante, enquanto inspira uma ilha imaginária, está longe dessa característica peculiar; a orla nessa área é caracterizada por fatores como os mencionados no início, onde a vegetação exuberante é cercada por canais que desembocam no Rio da Prata e, com uma rota provincial que passa a um quilômetro de distância.
Propomos a busca de como ela é percebida e como o espaço é racionalizado em uma moradia mínima. Preferimos falar sobre espaços abertos e não sobre módulos, sobre sequencias espaciais e não sobre hierarquias. Nesse sentido, definimos duas possíveis instâncias de ação, que articulam toda a lógica projetiva da casa elevatória: espaço aberto do módulo / sequencias espaciais-hierarquia do espaço.
Nesse sentido, trabalhamos nas maneiras de articular esse espaço porque, embora pareça um assunto que todos aprendemos academicamente, poucos fazem dele uma diferenciação e substância; acreditamos que o espaço é articulado não de uma maneira única e sua lógica depende sempre de um conceito a priori, de sua própria linguagem; depois, tomamos como padrão projetivo a multiplicidade que é transcrita no sequenciamento de espaços articulados através de seus programas e suas variantes espaciais que, por sua vez, são determinadas por expansões, visuais e programas flexíveis. Neste caso, não pensando a partir da lógica espacial interna, porque o programa não exige isso, mas na relação de suas seções (no caso de chamá-lo) entre o chão e a casa. O espaço é completamente fenomenal, porque tem um sujeito que faz parte dele, a casa só pode ser o que é porque existe um sujeito que vive e a articula da maneira que parece melhor, dependendo do uso que requer em um determinado período de tempo.
As sequencias espaciais são vivas em alguns casos: a relação do piso que atravessa a casa no térreo gerando espaços para maior recreação e aproveitando a altura do volume para gerar sombras próprias; a relação de expansões mecânicas com a altura das árvores onde o sujeito já está mais envolvido nessa natureza abstrata e não a contempla através de uma janela e, finalmente, a relação intrínseca de toda a casa com a paisagem em geral, isto é, com o que a habitação gerou nessa abstração.
Diferentemente de outros modelos, estudamos aqui se a ideia de hierarquia espacial toma forma a partir da configuração do todo em sequencias e da definição de um caráter formal.
O trabalho é materializado por meio da posição precisa dos elementos e logística ideais, embora a área de trabalho não esteja no delta, que só pode ser alcançado de barco, aqui não é uma área de fácil acesso; então, a casa foi modulada e racionalizada em relação aos seus materiais, com uma força de trabalho capaz de realizar todo o trabalho. Trabalhamos com painéis de poliuretano injetados em todo o envoltório externo e madeira no interior. A estrutura é metálica com perfis totalmente modulados para a colocação de aberturas e equipamentos mecânicos laterais (varanda e acesso) que abrem e fecham conforme necessário.