Portes Bonheur - Le Chemin des Carrières, a trilha das pedreiras, é um laço ondulado na paisagem, um convite para viajar por trás da ambiciosa reconquista da ferrovia Rosheim-St Nabor, na Alsácia, França. Irregularidades, às vezes ocultas, os vestígios da ferrovia ainda marcam a identidade do local. O desejo de criar uma rota para servir as pedreiras teve que se adaptar às paisagens ondulantes das colinas sub-Vosges, e a forma do traçado conta a história da paisagem e dos trabalhadores. A jornada para descobrir paisagens esquecidas, ou para ter uma visão diferente das vistas cotidianas é direcionada a moradores locais e turistas. Como o percurso antigo oferecia uma dupla função, transporte industrial e de passageiros, a rota também tem uma dupla vocação, onde a funcional compartilha o imaginário do viajante.
Ao longo dos 11 km do percurso, a história é dividida em cinco capítulos, com diferentes sequências de paisagens, oferecendo universos variados e destacando locais notáveis. Elementos incomuns pontuam o caminho, com o objetivo de despertar os sentidos do visitante, e a água é encontrada repetidamente.
Rosheim conta a história do passado. Executado com círculos entrelaçados de aço corten, o pavilhão tem um caráter labiríntico e brinca com o interior irregular, côncavo e convexo, no qual os visitantes podem andar livremente. Os trilhos de trem foram conservados nessa área, já os bancos e as aberturas foram adicionados, abrindo ou fechando a escultura para as vistas da paisagem circundante, e permitindo a reflexão e contemplação.
Boersch conta a história da água. O rio, que historicamente permitiu a conexão com o mundo, relata sobre a verdadeira limpeza do lugar. É um elemento dinâmico na paisagem, correndo para o oceano. Ampliamos o leito do rio, e construímos um grande anfiteatro aberto, que dá acesso à água.
Leonardsau conta a história da terra. Depois de um longo túnel verde, duas grandes chapas de aço corten amplificam a abertura no final do corredor da floresta para a paisagem aberta. O portal abre a perspectiva em direção ao Mont St-Odile, completando a ideia de descoberta.
Ottrott conta a história das viagens. Na antiga estação ferroviária, a parada materializa a história da ferrovia, e destaca a presença do patrimônio (balança, ponte, guindaste, bomba ...). No tecido dos edifícios habitacionais, o reservatório simboliza a água, já as passagens de concreto conectam a habitação a elementos históricos, e à paisagem.
Saint-Nabor conta a história da sorte. Fechada por anos, e em processo de "renaturalização", as pedreiras simbolizam a reconquista da vegetação em um antigo local industrial. Em uma das plataformas mais altas criadas pela máquina, o viajante descobrirá a peça mais espetacular: um promontório em aço corten, que oferece uma ampla vista sobre o vale de Rosheim, e a planície da Alsácia. Deste mirante, inspirado em um trevo-de-quatro-folhas, o visitante terá sorte em apreciar a vista de um território tão bonito.
