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Arquitetos: Christos Pavlou Architecture
- Área: 182 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Charis Solomou
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Fabricantes: AutoDesk, Brimat, Carl Stahl, Fetim group, Rable aluminum, Zinco
Descrição enviada pela equipe de projeto. As cidades são consideradas uma das principais razões para as muitas questões ambientais que temos hoje. Estudos mostram que as cidades emitem 60% mais carbono do que pensavam, representando mais de 70% das emissões globais de CO2. Este projeto de casa-jardim enfatiza o potencial das hortas urbanas e da criação de microclimas que podem melhorar as condições de vida nas cidades e retardar o aquecimento global.
A integração de uma casa singular no tecido urbano é sempre um desafio, mas pode funcionar de maneira positiva como um elemento unificador que pode promover a continuidade urbana de uma maneira positiva. Em contraste com outras muitas casas urbanas construídas para se isolar do resto do bairro, erguendo cercas e várias barreiras, esta proposta visava formar uma continuação física da área verde pública que existe no lado mais longo do terreno.
O projeto busca estabelecer uma relação unificada entre o bairro, o privado (a casa) e a área verde pública. Dessa maneira, elementos urbanos como construção, rua e espaço público não são tratados como atividades absolutas isoladamente, mas como uma única configuração homogênea. Nossa casa se torna parte do parque e o parque é incluído na casa. Os dois estão inter-relacionados com locais compartilhados, como o caminho para pedestres, o jardim, a varanda, e são considerados elementos de uma grande cidade parecida com uma casa. Dessa forma, a Casa Jardim ajuda a melhorar a qualidade do tecido urbano e, ao mesmo tempo, busca melhorar a biodiversidade e, assim, reduzir as pegadas de dióxido de carbono na cidade.
O elemento central da casa foi o plantio de jardins em 60% da parcela no térreo e a promoção do uso do terraço verde no primeiro andar. O gramado foi plantado principalmente no térreo, criando um ambiente amigável para as abelhas, ajudando assim a manter a biodiversidade. Estudos mostram que 75% das culturas alimentares do mundo dependem de abelhas. O edifício foi projetado em dois cubos retangulares com um pátio verde entre eles. A ideia do jardim interno torna difícil perceber onde o jardim termina e o interior começa.
O jardim no centro é a principal característica da casa em torno do qual o restante dos espaços se organiza e funciona. O verde parece dividir a casa de leste a oeste; flui profundamente no interior, preenche o espaço inutilizável sob a escada e foge para o outro lado da casa. Todas as áreas internas tendem a se concentrar nos espaços externos, a casa inteira se torna uma zona intermediária, um interior rico e tenso, mas agradável ao mesmo tempo, melhorando assim o prazer e o conforto dos ocupantes. As portas envidraçadas de 24 m de comprimento no térreo não apenas separam os espaços internos, mas quando estão abertas, a casa inteira se comporta como um único espaço conectado por jardins. Quando a paisagem se torna conceito, não há paredes.