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Arquitetos: Studio Lotus
- Área: 830 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Karl Ahnee
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Fabricantes: Aurubis, Bega, Bharat Floorings, Fima, SDMO, Samsung
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta residência está situada na ponta norte das Ilhas Maurício, em um dos bairros mais densamente povoados do país insular. No centro de Goodlands, existem grandes áreas de florestas reservadas, cujas margens são ocupadas por amplas residências familiares. A casa abriga um casal - que são ávidos colecionadores de arte - e seus dois filhos pequenos. Ela está posicionada paralelamente à borda sul do local, abrindo-se para o sol de inverno e com vista para o mar. Com todos os espaços de estar dispostos ao longo de uma coluna central, a massa construída da casa é caracterizada por paredes de concreto com persianas de madeira dobradas para dentro criando vários nichos no envoltório construído.
Além disso, há espaços para a coleção de antiguidades e artefatos dos proprietários. A coluna central se manifesta como o corredor interno que conecta todos os ambientes de estar sequencialmente; a fachada é modulada de acordo com a função dos espaços interiores. Uma série de portais ao longo da coluna destaca a natureza sequencial dos espaços, com vários graus de privacidade concedidos a cada zona: os espaços públicos, por exemplo, se abrem diretamente ao pátio, enquanto a zona familiar, relativamente privada, ao lado da cozinha, foi posicionada na parte posterior da residência.
As árvores no pátio, ao longo da borda sudoeste, e a árvore em direção ao norte determinam o layout espacial da residência, com várias varandas e janelas que se abrem para vistas de suas densas copas. O sistema de aberturas foi desenvolvido tendo em mente as condições climáticas da ilha. As aberturas maiores foram equipadas com portas de aço especialmente projetadas para suportar os frequentes ciclones que o país enfrenta durante os verões. As aberturas maiores da sala são emolduradas por janelas estreitas com esquadrias de madeira ajustáveis permitindo a circulação cruzada pela casa.
Todos os dormitórios, exceto a suíte de hóspedes, foram posicionados no primeiro andar para permitir privacidade à família. Ambas suítes se abrem para uma biblioteca compartilhada comum, localizada no mezanino da sala; o layout espacial, portanto, permite que conexões visuais em vários níveis sejam feitas, conectando as zonas pública e privada. Escadas nas duas extremidades da coluna conectam os dormitórios ao térreo. Quase toda a madeira usada na casa - do forro em tábuas aos pisos de madeira - é de teca recuperada; a maior parte do basalto usado nas paredes foi retirada da estrutura desmontada que havia no local.
Os materiais simples fornecem um cenário adequado para a extensa coleção de arte dos clientes e para a integração de elementos arquitetônicos recuperados na casa - como a escada em espiral vermelha na cozinha e as colunas do sul da Índia ao longo do pátio de entrada assim como as colunas Rajasthani na varanda da piscina. Seja a retenção de vegetação no local, a integração com o vizinho ou a criação de focos visuais externos para todos os espaços internos - a intenção do projeto é ser altamente sensível à conexão entre os moradores, seus estilos de vida e memórias, o clima da região e a natureza que circunda a casa.