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Arquitetos: BCHO Partners
- Área: 2018 m²
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Fotografias:Sergio Pirrone, Jeong Park, Youngtae Park
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Fabricantes: CHEHUN Architect, DMR Pacific, LG House, Sung Sin Glass, deck & floor
Descrição enviada pela equipe de projeto. Recortar o terreno, fundir-se com a terra e esparramar-se pelo horizonte infinito.
Comparados com a imensidão do mar, seres humanos parecem tão frágeis e insignificantes. Próximos da terra, enterrados em seu âmago, nos sentimos mais perto do absoluto. É neste contexto, entre a encosta e o mar, que a Jipyungzip Guest House procura oferecer uma nova experiência de vida à seus moradores.
“Jipyoung”, em coreano, significa literalmente “horizonte de terra”. Enterrada na encosta, a Jipyungzip Guest House se revela como um movimento de terra, uma série de coberturas jardim que se abrem, esparramando-se pelo terreno para revelar os volumes que parecem brotar da terra confrontando-se com a imensidão do mar. A intenção formal deste projeto procura respeitar o contexto natural existente ao mesmo tempo que funde arquitetura e paisagem.
Ao longo das últimas décadas, o acelerado processo de urbanização das áreas costeiras na Coréia do Sul foram responsáveis pela devastação de sua paisagem natural mais pura. Em contrapartida, o projeto da Jipyungzip Guest House busca sanar esta ferida, penetrando fundo no coração da sua terra. Desta maneira, boa parte do programa encontra-se submerso, enterrado no penhasco, de modo que, uma vez no interior, nos sentimos habitando um lugar entre o calor da terra e a amplitude do oceano.
O edifício encontra-se acolhido no seio de uma topografia desafiadora cortada por uma série de caminhos sinuosos que permitem aos habitantes de Sadeung-myeon acessarem as passagens mais remotas da costa sul da Coréia. Nossa principal intenção com este projeto foi construir um diálogo direto entre arquitetura e paisagem, um edifício onde os visitantes podem mergulhar e experimentar a natureza de maneira única. É como se a arquitetura fizesse parte da própria paisagem, uma perfeita fusão entre o ambiente construído e o natural.
As paredes de concreto que separam cada volume da hospedaria foram intencionalmente corroídas com um jato de água de alta pressão, esculpidas pelos artesão que construíam a estrutura dos edifícios. Esta estratégia foi utilizada para lavar a superfície polida do concreto, revelando sua materialidade bruta e áspera, que quando exposta às condições climáticas úmidas do sul da Coréia, cria as condições ideais para a proliferação de líquens e espécies vegetais. Desta forma, o edifício parece brotar do chão carregando consigo a terra escavada. A estrutura finalmente se revela parte integral da paisagem, fundindo-se com ela para desfocar os limites entre arquitetura e paisagem.
A Jipyungzip Guest House foi construída para uma mãe solteira que sonhava em ter uma hospedaria para acolher turistas e visitantes de toda a Coréia. O edifício nasce de uma operação bastante simples, uma intervenção mínima na paisagem. Ele se esforça para ser confundido, dissimulando a sua presença para que a natureza em si possa brilhar livremente. Introspectiva por natureza, a casa acolhe uma série de espaços abertos confinados entre as empenas dos edifícios e a superfície rochosa do penhasco, momentos de descontração onde os visitantes podem experimentar a imensidão da paisagem acolhidos pelo calor da terra.