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Arquitetos: Paz Braga, ROOTSTUDIO
- Área: 1200 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Paz Braga
Descrição enviada pela equipe de projeto. Desde setembro de 2018 até abril de 2019, o arquiteto João Boto Caeiro e sua equipe do RootStudio, com a colaboração do arquiteto Paz Braga, trabalharam no desenho e acompanhamento da execução de uma academia para ser utilizada por uma organização sem fins lucrativos: Girl Move, liderando um novo modelo educacional que busca empoderar mulheres em contextos vulneráveis.
Girl Move oferece três programas principais a aproximadamente 1130 meninas e mulheres anualmente, intervindo quando estão em maior risco. Acreditar, liderar e mudar faz com que as meninas tenham acesso a oportunidades para serem líderes de referência e agentes de transformação positiva. Girl Move operava em dois edifícios em Nampula, sem todos os requisitos necessários para capacitar melhor às meninas que chegavam aos programas.
A proposta de Girl Move foi uma academia (em um campus universitário, dentro da comunidade, com o qual a organização colaborou durante mais tempo, desde 2013) com espaço suficiente para operar, mas que buscava espacialmente a capacitação de excelência e dinâmica pela qual Girl Move é reconhecida. Para além da funcionalidade, o edifício teve que cumprir com o propósito de inspirar a outros, proporcionando uma nova referência: inovação, sustentabilidade e valorização dos recursos e conhecimentos locais. Este projeto foi desenvolvido para expor o impacto social dos programas da Academia Girl Move.
O edifício tem como objetivo ser um símbolo de liderança das mulheres, uma referência para o mundo e um centro para a criação de conhecimento, onde as ideias e visões disruptivas podem ser aceitas e discutidas abertamente. Os arquitetos tiveram o desafio de transferir esta visão a um edifício concreto.
O projeto impactou profundamente a comunidade local, a comunidade expandida e a Universidade de Lúrio. 85% da construção foi realizada em tijolo produzido no local a partir de técnicas tradicionais. Estudantes e vizinhos locais foram convidados a participar no processo de construção, o que fez com que se compartilhasse conhecimento. O uso da terra como material de construção foi importante para dignificar um material que normalmente se considera um material pobre. O projeto teve grande impacto na comunidade, na universidade e até mesmo na região de Nampula.