-
Arquitetos: Bel Diniz Arquitetura, João Diniz Arquitetura
- Ano: 2019
-
Fotografias:Bel Diniz e Marcílio Gazzinelli
-
Fabricantes: A de Arte + BD + JD, Accero, Arcelor Mittal, BH Dobra / Jorge Maciel, Mendes Estrutura
Descrição enviada pela equipe de projeto. CUBOESIA é um pavilhão híbrido que une arquitetura, design, escultura, paisagismo, som e poesia propondo uma espécie de ‘land-art’ multissensorial instalada no gramado do Palácio Mangabeiras palco da exposição de design e arquitetura CasaCorMG 2019 em Belo Horizonte.
A intenção é que as pessoas interajam com esse espaço literalmente entrando na poesia e através de seu texto - que é um poema de seis estrofes vazadas em cada face do cubo - passem a admirar a luz, as sombras e a paisagem montanhosa do entorno e as projeções noturnas das letras sobre o gramado.
As faces do cubo convidam o visitante a descobrir o texto:
HOJE AQUI TUDO MUDA
CADA HORA BIDA NOVA
CUBO OUVE TODA FALA
LOGO CABE ALGO RARO
TATO PURO LEVA ALÉM
ESSE POVO QUER VOAR.
No espaço interior ouve-se uma trilha sonora, composta e executada pelos arquitetos, que propõe pulsações e falas diversas propondo uma pulsação mais contemplativa e reforçando a experiência sensorial da visita. Esse som pode ser ouvido em https://soundcloud.com/pterodata/cuboesia.
Em volta deste cubo de metal está o JARDIM DE AÇO que é uma instalação com vergalhões dobrados modularmente em três tamanhos que, interagindo com a vegetação local, sugere que o metal é também um elemento da natureza. Esse paradoxo sinaliza que esse material, proveniente da mineração e da siderurgia, nessa composição, denuncia o descaso e a demagogia ambiental.
Nesse jardim, as letras soltas pelo gramado convidam as pessoas a montarem suas palavras numa atitude interativa. Ali propõem-se também um ambiente de permanência, uma pequena praça de onde pode-se apreciar o conjunto desde o banco em perfil metálico, entre as letras e cubos de menor escala e diferentes textos, que antecederam o principal que tem cada uma das faces medindo 4 metros.
O gesto de se utilizar as letras provenientes dos recortes das faces do cubo, como se fossem plantas espontâneas do jardim, sugere uma atitude de design ecológico que procura não gerar resíduos. Outro aspecto sustentável dessa proposta é sua possibilidade de desmontagem permitindo que seja reapresentada diversas vezes em diferentes locais.
Esse projeto gerou um inesperado interesse nas crianças em fase de alfabetização. A partir de visitas de escolas ao local os arquitetos imaginaram um exercício interativo onde uma folha de papel com as faces de um cubo retificado foi entregue aos estudante com a proposta que escrevessem o seu poema e posteriormente montassem o seu cubo. Assim essa experiência de geometria e poesia poderia, numa atitude autoral, ser vivenciada pelos jovens estudantes que posteriormente expuseram o resultado em sala de aula.