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Arquitetos: Sotero Arquitetos
- Área: 36050 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Leonardo Finotti
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Fabricantes: Aubicon, Ecopark, Fabrimetal, Latina Iluminação, Trimble, ZWCAD, mmcite
Descrição enviada pela equipe de projeto. A requalificação urbana e paisagística da Colina Sagrada do Senhor do Bonfim envolveu o redesenho de uma das mais importantes áreas da cidade de Salvador-BA. Ela é composta por três praças: Praça Teodósio Rodrigues de Faria, Largo do Bonfim e Praça Eusébio de Matos, totalizando 36.050,00m² de intervenção. Sua conformação topográfica, com diferença de nível de 22 metros, sugere usos diferentes das diversas cotas. Enquanto que na cota mais alta da colina, os usos são determinados pelo caráter devocional e cultural do público visitante, a cota mais baixa sugere um programa mais secular, com usos comerciais, serviços e de lazer.
Para potencializar o caráter simbólico da igreja sobre seu entorno, fez-se necessário uma requalificação da praça de maneira à reforçar o eixo Largo/Catedral, definido por uma linha imaginária que perpassa a igreja e a praça longitudinalmente. Ampliando os limites da praça do Largo, de maneira que ela seja uma continuidade das escadarias da basílica, criou-se uma continuidade que sugere a importância da edificação sobre as demais e unifica-se o conjunto arquitetônico.
O trabalho elaborado pelo escritório Sotero Arquitetos se notabilizou pela alta complexidade de ações que englobam da pequena à grande escala, de desenho de mobiliário urbano à redefinição de infraestrutura viária e paisagística do sítio. A premissa do projeto foi de valorização da experiência do pedestre em detrimento do automóvel com redefinição de todo sistema viário e resgate de aspectos simbólicos importantes desse sítio religioso.
O trajeto de veículos foi elevado à cota do passeio proporcionando o uso compartilhado entre veículos e pedestres. No entanto, estão dispostas oito faixas de travessias horizontais ao longo de toda a via, possibilitando o acesso de pedestres e cadeirantes à nova praça.
A obra, inserida em área tombada pelo IPHAN desde 1983, apresenta uma gama bastante ampla de equipamentos. Entre redesenhos e novas propostas pode-se destacar: Capela da água benta, capela das velas, espaço para celebrações campais, redefinição das áreas de estar e permanência, dentre elas o chafariz central da praça, palco, área de bares e restaurantes, novo estacionamento, parque infantil, rampas de acessibilidade universal, reordenamento do tráfego de taxi, bicicleta, ônibus de turismo, transporte público, bem como transporte individual.
O edifício da Água Benta junto com o Abrigo de Velas tem função de prover aos visitantes o acesso à água santificada, criando uma experiência sensorial ligada a materialidade e a luz que incide dentro do edifício. O volume, com apenas uma abertura frontal, promove a sensação de atemporalidade e sacralidade que remetem às celas dos conventos.
Os materiais utilizados contribuem também para o resgate da histórica do local a exemplo do paralelepípedo e dos mosaicos em pedra portuguesa branca com grafismos marcados em pedra portuguesa preta que evocam ícones culturais e religiosos como a fita, ou “medida do Bonfim”, de aproximadamente 45cm que foi utilizada como modulação em grande parte do projeto.
Além destes, o granito cinza é utilizado nos bancos, acabamento de pisos e escadas e a madeira nos postes de iluminação e bancos.