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Arquitetos: Commerzn
- Área: 426 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:emontenegro / architectural photography
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Fabricantes: Cosentino, BORA, Berker, Boen, CIN, COZIGOMES, Daikin, Flaminia, Koklatt, Liebherr, Living ceramics, MAXLED, OZARKO, REHAU, Ritmonio, SLV, Siemens, TREESSE
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto consiste na remodelação estratégica de uma moradia implantada na zona central e histórica de Cascais. O edifício apresenta-se numa esquina, sendo a leitura da cobertura e das diferentes texturas da fachada muito relevante. À primeira vista a área do lote, nomeadamente o exterior, parece menor do que posteriormente se vem a revelar.
O acesso é feito por uma escada confortável que permite um último vislumbre do cruzamento a uma cota superior. A zona do hall de entrada denuncia imediatamente uma escada escultórica em aço e madeira para o piso inferior. Do lado direito, um painel continuo em madeira de bétula, que encerra em si zonas técnicas, portas de acesso à instalação sanitária social, à suite principal e diversos arrumos. Ao fundo do corredor, a zona nobre social com quatro grandes janelas que enquadram as coberturas e elementos verdes do bairro. Parecem telas expostas, dinâmicas e cheias de cor.
Ao entrar nesse espaço, surge do lado esquerdo uma peça escultórica e angular que se assume como elemento primordial. a zona de degustar e preparar refeições é uma ilha de grandes proporções, que culmina numa zona arrumação técnica para um grande frigorifico americano e outros equipamentos. A mistura de escalas e materialidade tornam o objeto intrigante.
Do lado direito uma porta denuncia o acesso ao primeiro de dois terraços contemplativos da luz sul/poente. Uma zona que pelo exterior não se consegue antecipar, que se debruça sobre um jardim privado rodeado de espécies de grande escala.
Ao descer para o piso inferior, a madeira continua a ser o elemento agregador, que em acto continuo associa em si todos as portas de acesso às diferentes suites e espaços técnicos. Existem zonas intermédias de estar que podem ser alvo de enumeras utilizações, mantendo sempre uma relação contextual com o exterior através dos vãos existente, agora pontuados por caixilhos negros.
A materialidade foi pensada ao detalhe, seja na madeira nobre do pavimento ou das paredes, a revelação da estrutura de betão existente, encarada como parte escultórica de cada espaço, ou no toque suave dos acabamentos selecionados, sejam mosaicos ou interruptores.
Trata-se de um projeto onde o interior se assume como caracter essencial. Onde alterações cirúrgicas conferem nova vida aos espaços. Onde a luz natural é potenciada pelo conforto dos materiais empregues. Este jogo de conceitos e estratégias, valorizam inevitavelmente a “pele” que reveste esta forma de viver, majorando também valência do espaço exterior.