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Arquitetos: Arquipélago Arquitetos
- Área: 140 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Federico Cairoli
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Fabricantes: Rothoblaas, Mato Dentro, Soludimper
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa está localizada no sertão de Cunha, interior de São Paulo, em uma região serrana conhecida tradicionalmente pela cultura em cerâmica. O partido da casa provém de sua implantação no alto do morro da paisagem, buscando as melhores vistas de todo o oblíquo terreno e da Serra, ao fundo. Para proteger a casa dos ventos frios, foi feito um corte de 1 metro de terra, a fim de semienterrá-la, até a altura das bancadas das áreas de serviços. Desse corte surgiu todo recurso construtivo para a execução das paredes da casa: a terra.
As paredes principais da casa são feitas em taipa, tecnologia antiga revisitada de forma contemporânea: foi proposto um sistema de fôrmas autêntico que evitasse perfurações com cabodás e desenvolvesse um canteiro de obras mais eficiente, de maneira que seus componentes modulados pudessem ser desmontados e remontados com facilidade.
Essa técnica construtiva nos proporcionou encontros interdisciplinares: física, química, geologia e geografia ampliaram o entendimento sobre a paisagem onde propusemos a casa.
Todas as características de dureza, inércia térmica, cor, brilho, tatilidade, são fatores decorrentes das características físicas e químicas daquele solo específico. O restante das paredes é feito com tijolos cor palha, terra queimada, por uma olaria local que retira barro rico em alumínio das regiões de várzea de um riacho.
A casa possui quartos voltados para norte e uma sala a noroeste buscando esquentar seus ambientes de permanência no inverno rigoroso. Há na sala uma lareira e um fogão a lenha, também feitos em taipa e, ligado à varanda, no chão, um grande espaço circular para uma fogueira, feito em tijolos.
A estrutura da cobertura é uma grelha em madeira, compondo junto com o piso dois grandes planos horizontais em madeira que se distinguem dos planos verticais em terra. Buscou-se que o fato original dessa construção em um sítio isolado, selvagem, fosse um sinal máximo da chegada presença humana na paisagem: linhas retas marcando a topografia suave.