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Arquitetos: Atelie de Arquitetura
- Área: 370 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:André Nazareth
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Fabricantes: Arkos, Ekko Revestimentos, Florense, I9, Manuffati, NS Brasil, Painel, Recoma, Rf marcenaria, Rigotti, Stoneboxx, Trespa
Descrição enviada pela equipe de projeto. O programa desta casa, localizada em um condomínio fechado de residências unifamiliares no bairro do Horto, Rio de Janeiro tem como principal diretriz a simplicidade, o conforto térmico e a praticidade, sem perder a estética contemporânea e a relação com áreas verdes.
No lote de esquina existia uma casa cuja planta não contemplava todas as exigências do extenso programa que demandava uma área construída de 370 m², dividida em três pavimentos . Sendo assim, concluímos que seria melhor demoli-la, sendo construída uma nova residência, tendo como principal desafio a distribuição de espaços generosos para suprir as necessidades dos moradores em um terreno de 115m².
Definiu-se que a estrutura metálica e concreto aparente otimizariam o tempo de construção e facilitariam as dificuldades de acesso dos materiais da obra ao local. O desenho da estrutura e a parede curva acompanhando o perímetro já definem os limites externos da casa, as alvenarias entram como fechamentos que delimitam os espaços. Levou-se em consideração a importância de se manter áreas descobertas, que são usadas como jardim interno e trazem luz, ventilação e verde para dentro da residência. A circulação vertical interfere o mínimo possível na distribuição dos espaços, mas tornou-se um elemento estético importante do projeto.
O muro de cobogó de concreto - presente na fachada norte voltada para a praça do condomínio, separa o espaço público do espaço privado, criando uma ligação entre exterior e interior, além de iluminação natural. Na parte superior, a privacidade e a temperatura são garantidas por um painel de ripas de material reciclado composto por mix de papel craft e resina que lembra a madeira.
No térreo, optamos por uma área de estar toda integrada, fluida, ventilada e iluminada, com poucas paredes e muitos painéis translúcidos. Um canteiro entre o muro e a fachada traz o aconchego e a natureza para o ambiente. A cozinha é aberta para a sala, e um painel em marcenaria permite que seja separada quando necessário. A área da churrasqueira também se integra à sala e à cozinha, servindo como prisma de ventilação cruzada e área verde.
O piso de toda área interna em tecnocimento, ajuda na continuidade dos ambientes, placas cimentícias na parte externa complementam o térreo. A laje é aparente, mantendo a premissa de materiais de fácil manutenção e sem revestimentos. Toda a iluminação da sala é feita por trilhos aparentes presos a laje. A cozinha mantém o tom cinza que une toda a residência, mas um painel de ladrilho hidráulico trás um elemento mais orgânico e com cor. Tons de verde se destacam em vários cantos da área do térreo, dialogando com os pequenos jardins.
A escada é em estrutura metálica aparente, da mesma cor chumbo que a estrutura da casa. Degraus/prateleiras em madeira tipo cumaru aquecem o ambiente e conectam os primeiros pavimentos formando uma grande estante. Tubos de ferro criam um pequeno hall na entrada onde bicicletas ficam penduradas, uma porta pivotante em laca verde marca a entrada principal. Ao fim da escada, uma grande janela para o shaft pintado com grafite, permite a entrada de luz e ventilação.
No segundo pavimento, encontram-se as três suítes. A circulação é bem iluminada pelo shaft, e o piso de madeira traz aconchego a este andar mais privado. Ainda assim, a continuidade dos outros materiais mantem a mesma linguagem de todo o projeto.
O segundo pavimento é um pequeno loft, um apartamento dentro da casa. O piso de cimento e o forro do teto em ripas de madeira criam um contraste, apenas uma cortina separa os ambientes quando necessário. O espaço é todo cercado de painéis translúcidos para aproveitar o verde do condomínio e o visual da Mata Atlântica. A varanda garante a área verde do pavimento. Neste pavimento, uma escada metálica dá acesso ao teto verde, tirando partido da vista contínua das montanhas do Rio de Janeiro e do Parque Jardim Botânico, além de proporcionar conforto térmico e o cultivo de árvores frutíferas de pequeno porte.
Buscamos também soluções que fossem sustentáveis, levando em consideração a constante umidade do bairro que demanda o máximo de entrada de luz natural na casa e ao mesmo tempo a ventilação cruzada para amenizar as temperaturas de verão. Toda a casa tem reutilização de águas pluviais e placas solares para o aquecimento d’água, além de equipamentos economizadores de água e madeira certificada.